Destruição.
— Selena, não me enrole! — a ruiva exclamou no outro lado da linha.
A enfermeira mordeu o canto dos lábios, tentando tirar de lá uma
resposta. Mas antes mesmo dela falar alguma coisa, um par de braços enrolou sua
cintura e a puxou, fazendo-a chocar as costas em seu tronco, enquanto lábios
grossos e macios variam seu pescoço.
— Eu juro por Deus que vou ai mesmo lhe estrangular, sua cachorra
acobreada! — pronto, Mandy virou um bicho! E ao ter a ligação encerrada na sua
cara, ela soube que ela viria.
Mas ela não conseguia raciocinar direito e pensar aonde iria se
esconder da sua irmã, com Gale a distraindo com seus lábios.
— Pequena cachorra acobreada, hãn?! — ele brincou, estalando um
beijo na orelha da mulher.
A mesma se encolheu toda em um arrepio, se virando para ele na
intenção de beija-lo. Mas ao ver Demetria se aproximando atrás dele, se distanciou,
corando.
— Nem se incomodem, senhores. — ela fazia um coque frouxo enquanto
se aproximava. — Vou para o meu quarto.
Antes que Lovato passasse pela porta e saísse do jardim, Gale a
chamou.
— Ei, senhora. — chamou, e a menina se virou.
— Senhorita, por favor. — corrigiu, e seu pai riu, estendendo o
braço.
Quando ela o pegou, ele a puxou, enrolando-a com um braço e
beijando seu cabelo.
— O senhor tem que parar de se aproveitar da sua força e parar de
puxar as pessoas. — a menina refletiu. Ele riu contra seu cabelo, e ela se
encolheu em seu abraço.
— Agora pode ir. — falou, depois de cheirar seu cabelo e dar uma
tapinha fraca em sua bunda, fazendo-a rir nasalado e colocar ambas as mãos no
lugar em que ele bateu, protegendo enquanto andava e saia do jardim, passando
pela porta do pátio e rumando para seu quarto.
Quando a porta se fechou, Gale levou seu olhar até a mulher a sua
frente, a abraçando, cobrindo-a com seu corpo e seus beijos em seu ombro.
Quando nenhum sinal de vida ela deu, falou:
— Por favor, não fique assim. — levantou seu queixo, e trouxe seu
olhar corado para si. — Ela entende, e aprova.
Selena entendia isso. Mas era estranho. Deveria ser!
— Parece tão fácil para você. — falou, olhando para ele, e
revezando a atenção para seus lábios.
Gale puxou o canto do lábio para cima, em um sorriso galante.
— É por que é. — deu de ombros. — Agora deixe de besteira e me
beije.
Gomez e Fletcher aproveitaram o espaço de tempo que tinham juntos,
abraçados, sem sair do lugar, apenas se beijando eventualmente entre a conversa
que eles engatavam uma em cima da outra.
A enfermeira tinha a vaga impressão de assuntos importantes
pendentes para serem falados, mas nada chegava a sua boca, por que nas vezes
que o assunto se atrevia, Gale tomava a frente e ocupava a boca da mulher com a
sua.
E foi em um desses beijos.
Em uma dessas interrupções.
Que Mandy e seu marido chegaram.
A ruiva abriu a boca, mas nada falou, não querendo interromper o
momento raro a seu ver.
Por que era isso: raro. Selena com um ser humano do sexo masculino? Sua
irmã fugia de testosterona como os mosquitos fogem do repelente!
Esse momento tão intimo de um homem com sua irmã, era raro aos
olhos de Mandy.
E isso era errado, aos olhos de Matthew!
Sua menininha com um homem? Não podia ser!
Desde os 13 anos, fora criado com a família Gomez. Enquanto Mandy
era quase da sua idade, Selena ainda era uma criança!
Ele via a menina como um ser assexuado.
Era para ser assim!
Ele
era incapaz de imaginar aquela garotinha que corria para ele pedindo para
brincar, enquanto ele conversava com Mandy, com outro homem que não seja ele ou
Mark, o pai da menina.
Ele estava completamente boquiaberto ao ver a mulher beijando
outro.
Então ele pigarreou, e com uma cotovelada a mando da mulher ao seu
lado, forçou um sorriso ao notar pares de olhos lhe olhando surpreso.
— Matthew? — a pequena fera acobreada chocou-se. Sua saudade quase
transbordou pelos olhos. — Aquele garoto branquinho que dava em cima da minha
irmã e me ignorava totalmente quando eu pedia para ele brincar comigo?
Gale estava totalmente inerte, segurando-a pela cintura; mas ele
também estava inerte a esse fato.
— Cadê aquela pequena ferinha que fugia de testosterona como o
diabo foge da cruz? — alfinetou.
O casal corou, e as mãos de Gale foram para seus bolsos enquanto
fingia interesse nas árvores do outro lado do jardim.
Matt levou outra cotovelada.
A enfermeira correu para seus braços e abraçou seu corpo forte.
— Meu Deus, você não parece mais aquele garoto esquelético que
roubou minha irmã de mim. — oh sim, ela também sabia alfinetar.
Mas ela se esqueceu que isso era uma ferida em seu peito, e que
não cutocou somente Matt, mas ela também.
O trio composto pelas irmãs Gomez e pelo atual marido de uma delas,
tiveram um passado juntos.
Mas não tiveram futuro.
O fato de Selena fugir de garotos tinha um por que, mas só ela
sabia desse bendito motivo.
Depois que sua irmã e seu amigo começaram a namorar, com 16 anos,
ela tinha 12 anos. Mesmo sem querer, ou sem perceber, depois que eles começaram
a se relacionar, ou até mesmo antes disso, sua irmã foi se distanciando dela,
junto com Matt. E ele ‘’roubou’’ não só sua irmã, mas sua infância e
adolescência.
Ela virou uma mulher antes do tempo.
Responsabilidades eram
jogadas em cima apenas dela.
Agora não eram duas...
Era apenas uma.
E o que Mandy não fazia direito, ela tinha que fazer. O que sua
irmã nem queria fazer, ela tinha que fazer. O que Mandy estragava, ela levava a
culpa e tinha que ir lá e consertar.
Uma menina de 12 anos virou uma de 29.
Sua irmã perdeu muito. E quando ela teve consciência disso, depois
da morte de seus pais, fez o que os mesmo faziam antes de morrer: a culpava.
Por algo que nem era culpa dela. E que dessa vez, ela não tinha como consertar.
Mas diferente deles, ela nunca os culpou.
Mas igual a eles, se culpou.
— Selena... — foi o casal que falou agora.
Mas a mulher não queria mais falar sobre isso.
Ela sabia o conceito e definição da palavra ‘’desculpar’’.
E por mais que ela não queira os culpar, não iria os impedir de
fazer tal coisa.
— Esse é Gale Fletcher. — puxou o homem que se fingia de
desentendido pela mão, e ele trajou um sorriso. — Ele é pai da Demetria, Mandy. —
sorriu, e a mulher se lembrou, não sabendo o que pensar.
— Quem é Demetria? — Matt perguntou, confuso.
— Depois lhe conto, amor. — e se virou para Gale, estendendo a
mão. — Eu sou Mandy, irmã da Selena. —
Gale amplificou um sorriso, olhando para a mulher ao lado de rabo de olho enquanto resgatava
a mão estendida de sua irmã e beijava as costas da mesma.
— Prazer em conhecê-la, Mandy. — a mesma estava da mesma cor do
cabelo. Céus, que homem era aquele?
Ao olhar cúmplice para a irmã, Selena riu ao perceber a expressão da
mesma.
— Gale Fletcher? — Matthew sabia ser cordialmente rígido. Gale sorriu
prepotente, o cumprimentando com um aperto de mão.
Estava tendo um combate ali, e pelo olhar castanho de Matt, não se
sabia ao certo o vencedor.
— Sou Matthew Horse, marido de Mandy e amigo de infância dessa
pequena ferinha. — indicou a enfermeira com um olhar terno, abraçando Mandy pela
cintura e enfiando a outra mão no bolso.
A disputa estava acirrada. E pelo maxilar divertido de Gale, Selena pode ver que ele estava bem preparado.
— Suas escolas foram nomeadas as melhores desse país.
Seu sorriso arrogante enquanto enlaçava a cintura de seu troféu de cobre e a
enganchava abraçando seu corpo também pela cintura era impagável!
Era bom o observar sendo machista. Um pouco.
Ele a beijou no cabelo ainda olhando Matt enquanto ele falava,
como se estivesse empenhando um troféu.
— Oh céus. Você é o dono das escolas ‘Olhos de ouro’? — Mandy
estava embasbacada.
‘’Ah... Esse é seu
trabalho. ’’ Selena pensou.
— Olhos de ouro, onde não aceitamos nada menos que ouro, aos olhos
dos pais, e no futuro dos seus filhos. — recitou o ‘’slogan’’ da escola, rindo
brevemente.
Matthew o fitava com os olhos brevemente semicerrados.
— Vamos colocar nossos filhos na sua escola, com toda certeza! —
riu, se animando.
Horse enganchou a mulher contra seu corpo.
Brutamontes machistas... Ah!
Pela primeira vez, Selena se pronunciou, afastando seu corpo do
homem ao seu lado e pigarreando.
Todos estavam apenas se entreolhando, como se um quisesse pular no
pescoço do outro... Isso incluía sua irmã, que olhava diretamente para
Fletcher.
Aquilo estava muito estranho.
— Parem com isso. — se pronunciou, com as mãos na cintura e
varrendo o olhar pelos rostos confusos.
— O q... — Mandy ia falar. Ia.
— Vocês. — apontou para os dois homens, serrando os olhos. — Parem
com essa briguinha ridícula, seus brutamontes!
— Pequen... — Ela cortou Matt com sua voz.
— Não me chame de pequena! — exclamou, ultrajada.
— Parem com esse impasse, ostentação de posses, ou o que quer que
seja. — ela estava tão fofa irritada...
Gale foi o primeiro a rir, levando uma tapa no braço e logo depois
prendendo o riso.
Matt o olhou, rindo, e agora foi a vez de Mandy rir também.
Flecther tossiu, libertando a gargalhada e Matt explodiu em outra,
ambos indo se cumprimentar com um abraço de um só braço e batendo os ombros,
como um abraço de camaradas.
— Idiotas. — Selena falou, se virando para ir embora.
— TPM, maninha? — seu riso começava com um gritinho, e ia se
silenciando. Era estranho!
Mas engraçado... Então a enfermeira começou a rir também.
Quem olhava de longe, como Demetria que estava na porta, era um
grupinho de loucos rindo até chorar.
Mas quem era ela para julgar, não é mesmo?
Ela estava adorando ver seu pai rir, mas era estranho, e isso era
engraçado.
Seu pai estava parecendo tudo naquela situação, menos normal. E
ela amou aquilo.
Então uma risada explodiu no inicio da porta, e todos pararam,
confusos, virando para olhar a menina de cabelos pretos lisos até as costelas
com a pele branquinha, se transformando em uma pimenta vermelha pelo riso.
Quando a garota percebeu, apenas ela ria, seu riso foi morrendo aos
poucos enquanto suas mãos se dirigiam para sua boca surpresa por atenção.
Não sabia-se ao certo quem estava mais surpreso.
Selena, por pela primeira vez ver a menina mostrando as emoções, e
principalmente algo tão forte como uma gargalhada. Ela sabia o quanto isso era
significativo. O quanto isso significava!
Mandy, pelo mesmo motivo da irmã; antes a menina nem sorria, e
agora ela estava rindo!
Matt, por não saber quem era ela.
E Gale; por todos os motivos possíveis!
Ele estava explodindo de felicidade.
Ele explodiu contra sua filha, em um abraço forte, levantando-a
para que ela se encaixasse contra seu corpo e ele pudesse a sentir apertada em
seu abraço.
— Minha princesa está rindo! — falou, no meio de um riso nervoso
enquanto a apertava.
— Pai. — sua voz estava falha. — Pai, o senhor está me apertando.
Muito. — explodiu em um riso, e ele a soltou de relance, como se ela estivesse
em brasas.
Uma faísca colidindo com outra.
Uma bomba sendo pressionada com outra.
Uma explosão que atingiu diretamente o muro que separava Demetria da realidade.
Uma destruição silenciosa que nem Lovato conseguiu sentir ou ouvir, e
só soube do ocorrido naquela noite, quando ela deitou na cama e sonhou com Joseph.
Sonhou chorando, por que soube que ele escondia uma verdade, e que as verdades
doem mais que mentiras.
E pronta para descobrir a verdade.
Continua...
Só posto tarde, mas ok né...
Ah, eu queria avisar que ontem, domingo, eu não postei a resenha por que o que eu fiz foi meio que um trabalho de escola da minha amiga, por isso não postei, por que vai que a professora dela procura na net e... Enfim, é isso. Então próximo domingo eu posto. :)
Tenho notícias, amanhã eu faço uma postagens com elas e posto aqui, por isso, estejam ligados! Avisarei na página no facebook do site quando eu postar.
Beijos gatas e gatos seduzentes ;*