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27 de jun. de 2014

Sonho versus Realidade - Capítulo 7.

Fechado!
     E lá estava ele... Com ela.
     Ainda fico me perguntando por que ela participa do meu sonho. 
     Qual é?! Ele é meu! E ele também! 
     Ou melhor... Era para ser. Mas prefiro pensar que é apenas questão de tempo. É só questão de tempo para eu acordar, também. 
     Nicholas tem sua mão esquerda na cintura de Ketlyn, enquanto a mesma arranjava um jeito de apenas se esfrergar nele enquanto ele tentava equilibrar todos seus livros em um só braço sem os derrubar. Ele poderia derrubar ela, óbvio, em lugar dos livros, mas ele é muito cavalheiro para fazer isso... Então ela o puxa para beijá-lo e os livros que ele segurava são todos derrubados. 
     Me pergunto novamente por que ela ainda é namorada dele. Quer dizer, ela é tão fútil e superficial! E esses dois adjetivos tem os significados parecidos! E repetindo... O sonho é meu!
Ela sai rebolando seu quadril como se o mesmo estivesse deslocado de seu corpo esguil e ele se ajoelha, catando os livros em meio as pessoas que andavam por ali, e bem, ninguém parou para o ajudar, esbarrou sua mão com a dele, o olhou no fundo daqueles lindos olhos e rolou um amor a primeira vista tremendo! E eu poderia fazer isso, e isso poderia acontecer! Mas eu me recuso a ir até lá, eu me recuso a olhar naqueles olhos e fazer dele meu doce sonho previsível, e eu me recuso a fazer desse sonho o meu sonho! E por que? 
     Veja bem... Já é a terceira vez que eu sonho com essa mesma situação, e tudo se desenrola novamente em minha mente, e eu continuo ali, parada, me recusando e apenas o observando enquanto ele termina de catar seus livros e vai para a biblioteca os entregar. E por que? Por que essa é minha mente, e esse é meu jogo, e por mais que eu possa trapacear, eu não o faço; por que? Por que eu não vou poder trapacear na vida. Então é isso. Eu faço do meu sonho realidade, mas por algum motivo aparente ele se recusa a se transformar realmente em realidade, e eu me recuso a me levantar desse maldito banco e ir o ajudar com os livros.
     Refaço novamente a situação em minha mente e ela se passa a frente de meus olhos.
     Mão na cintura.
     Beijo com a namorada.
     Livros no chão.
     Refaço novamente.
     Mão na cintura.
     Beijo com a namorada.
     Livros no chão.
     Oh! 
     Refaço novamente a situação.
     Mão na cintura.
     Não estou longe dele, mas também não estou perto, mas daria para ele me ver se...
     — Hey, Nicholas? — levanto o meu braço para ele me localizar. 
Seus lindos olhos confusos pousam em meu rosto e seus dois braços sustentam os livros, sustentando também um lindo sorriso em seu rosto.
     — Demetria? — seu sorriso... Sua namorada olhando para mim...
     Ele seguiu até o banco que eu estava sentada e sua namorada o seguiu, analisando o terreno...
     — Sim, sou eu. — constatei, nervosa. — Vi você por ai e resolvi chamar. 
   — Fez bem, eu queria mesmo falar com você. — Oh sim, isso seria bom. Então ele pigarreou, olhando finalmente para a namorada e depois para mim. — Demetria, essa é Ketlyn; Ketlyn, essa é Demetria.
     — Oi. — acenei com a cabeça. Ela fez o mesmo.
     O clima ficou tenso...?
     — Tenho que ir, amor. Minha aula vai começar. — selinho. — Foi um prazer, Demetria. — Falsa. Não, não foi. Não para mim, e eu sei que também não para ela. 
     Seus quadris acenaram para mim, e eu fiz careta, agora olhando para Nicholas.
     — Então... O que queria falar comigo? — ele olhava sua namorada indo embora, e ao olhar para mim seus dentes se mostraram, suas bochechas ficando vermelhas...
     — Uma gracinha ela, não? — O que?! Eu não sei o que é pior! Ele chamando ela de gracinha, ou perguntando isso pra mim! Pra mim! Gracinha! 
Ok, depois dessa eu acordo.
     — Sua xícara. — É... Vou ficar mais um pouco. 
     — O que tem ela? — perguntei. E não, não estou sendo grossa. É como dizer ‘’Eu não estou falando com você’’, não tem como soar educado, ou não soar grosseiramente; como quiserem.
     Nicholas coçou sua nuca, me dando uma bela vista de seus bíceps. 
     Ele estava nervoso... Hãn?! Isso vai ser bom.
     — Eu comprei uma nova para você. Do Bob Esponja...
     Ele queria me conquistar?
     Presente.
     Xícara.
     Bob Esponja.
     Vendido!
     E não é por que eu seja interesseira, por que não é; mas fala sério! Bob Esponja! E ele não tinha obrigação nenhuma! E bem... Ele já me conquistou há tempos, então...
     — Você sabe que não precisava, não é?! Você não tinha obrigação nenhuma. — esclareci. 
     — É, eu sei. Mas eu passei por uma loja e eu me lembrei de você...
     Algo mais a declarar? Por que eu não tenho! Alguém mais está vendo meu coração pedindo colo para ele? 
     — E alem do mais... — ele me cortou, antes mesmo de eu falar. Graças! — Você também não tem obrigação de tomar café comigo, mas você vai, não é?! 
     Sim, sim, sim! Ele tem o dom!
     — Só se quem fizer o café for eu mesma. — me ajeitei no banco, e ele riu, ajeitando seus livros no colo.
     — Fechado. — seu sorriso brincalhão bailava em seu rosto. — Amanhã, sete horas. A gente se encontra na entrada do campus, pode ser?
     — Fechado!
     E realmente, estaria.
     Tanto a cafeteria que eu trabalho quanto nosso acordo. E para falar a verdade... Eu nunca desejei tanto café quanto agora.
Continua...
     Para quem não sabe, eu escrevo primeiro no word para depois trazer para cá. Na semana passada, eu fiz um backup no meu notebook para fazer uma geral nele e etc, só que eu, abestada, esqueci de colocar o word no backup! E já era! Eu não tinha mais word! Passei uma semana inteira procurando word para baixar, e nada, por que o word estava de brincadeira com a minha cara e tem uma viçage que dificultava tudo e não dava para baixar o que eu queria. Então por graças, o meu pai tinha, mas tem uma pequena dificuldade ai, e enfim, sem entrar muito em detalhes, na outra semana, depois do trabalho dele, ele conseguiu trazer para mim e pronto. Foi isso. Não foi culpa minha, eu estava louca atrás, por isso não deu para postar antes e coisas do tipo. 
    Respondendo os comentários, quero dizer que vou casar com todo mundo e fazer meu harem u.u KKKKKKKKK Amo muito vocês pessoal ;) <3 Nossa piada interna <3 hahaha'
      Divulgando... Fanfics. ;) Amy, me divulga também amor? Grata ;)
      E antes de ir embora, quero deixar uma passagem para vocês!

''Quero trazer à memória aquilo que pode me dar esperanças.''
(Lamentações 3:21)
Fiquem com Deus!
Beijos gatas e gatos seduzentes ;*

16 de jun. de 2014

Sonhos versus Realidade - Capítulo 6.

Realidade.

O relógio marcou sete horas da noite.
Julie já tinha ido embora, Monic e Fred me ajudaram a arrumar as cadeiras antes de irem também. Desliguei a luz do salão principal e entrei na cozinha que ainda guardava como uma garrafa termina um cheiro e temperatura aconchegante.
Eu ia para o meu armário me trocar e ir embora, juro! Mas ao invés disso eu me vi com o maçarico na mão e com aquela vontade imensa de fazer aquilo que eu sabia fazer de melhor.
Olhei em volta com meu lábio inferior entre os dentes e com minhas unhas se cravando na palma de minha mão. Oh sim!
Corri até o armário onde Monic guardava a farinha e coloquei o saco do mesmo em cima da enorme mesa de mármore, alcancei o fermento e o sal em uma gaveta junto com a manteiga e no lado da mesma estava o açúcar.
Estanquei.
Passei minutos olhando para o açúcar e ponderando pega-lo e não correr o risco que eu estaria correndo; e podem me chamar de louca, mas ali, naquele momento, olhando para o açúcar como se o mesmo fosse adoçar meu dia, eu chorei. Não, eu não fiz aquele escândalo todo de um choro arrebatador, eu apenas deixei as lágrimas rolarem em meu rosto, e timidamente eu alcancei com a ponta de minha língua uma lágrima salgada. Oh!
Então com todo o risco de chorar em cima da massa e não colocar açúcar na mesma, eu lavei minhas mãos e comecei a jogar xícaras de farinha na mesma, abrindo um buraco no centro da mesma com a ponta de meus dedos e colocando lá o leite, a manteiga, o fermento e o sal.
Por que colocar açúcar ali?
Aquele seria não um sonho, mas uma realidade, e bem... Não tem nada de doce nessa receita.
Enquanto sovava a massa, eu ainda chorava pensando como eu cheguei naquele ponto. Quer dizer, aquela menininha sonhava em ser veterinária! Médica! Cantora! Aquela menininha pensava ser feliz em seus sonhos, até que mãos adultas a puxaram para a realidade e ela descobriu que ate em seus sonhos ela poderia ser triste.
As pontas de meus dedos capturaram mais uma pitada de sal e foi salpicada contra a massa já feita.
Uma pitada de realidade.
Salgada.
Enquanto a massa repousava sobre a mesa, derramei leite condensado e um pouco de leite em uma panela de cobre e raspei as cascas de dois limões e reservei, enquanto o suco daquelas frutas era jogado na mistura e levado ao fogo até a mesma reduzir e ficar bem densa.
Azedo.
Derramei a metade das raspas do limão na mistura, apaguei o fogo e mexi. Com a borda de um copo redondo, pressionei o mesmo na massa que eu fiz e consegui pedaços redondos; reservei.  Com pedaços de massas a minha frente descansando em uma superfície enfarinhada, apoiei as palmas de minhas mãos na borda da mesa e finalmente relaxei minha cabeça, deixando-a pender entre meus braços e issar para abaixo como uma ancora.
As memórias em minha mente estavam querendo cair no chão e se espalhar no mesmo como a farinha na mesa.
 Abri meus olhos que até agora eu não havia percebido que estavam fechados e analisei meus antebraços rígidos e enfarinhados de quem já sovou muita massa. Eu realmente já sovei muito. A massa da realidade.
Funguei as lágrimas que eu ainda não havia derramado.
Tossi as palavras que eu ainda não havia falado.
Com meu antebraço limpei minha testa e alonguei minha coluna, respirando fundo para que as memórias não transbordem de minha cabeça e colocando todos os discos de massa que eu fiz em uma forma, só para tudo ficar mais fácil.
Esquentei o óleo em uma panela grande e o esperei esquentar. Um pouco. Coloquei calmamente os pedaços de massa no óleo quente, os virando com o auxilio de uma esculmadeira até eles dourarem, e quando os faziam, eu os colocava em outra forma. Ao todo, fiz uma fornada com 15, me perguntando se ao menos 1 ficaria ‘’comível’’.
Vi-me sozinha na cozinha, mas só agora eu me senti só.
Soltei um meio sorriso para eu mesma e inclinei minha cabeça para a direita soltando outro meio sorriso. Estava apenas eu e aquela fornada; e eu ainda me perguntando o que diabos eu estava fazendo naquela cozinha, fazendo algo que eu não devia fazer, no lugar onde eu não deveria estar. Aquele lugar era intocável! Qual é?! Eu era nova ali, e aquele espaço não era para mim, isso foi deixado bem claro. Eu só estava ali para ser garçonete, e só! Para o inferno meu futuro diploma de gastronomia! Isso não me fazia melhor do que ninguém, e sinceramente, eu não queria me meter a besta. Eu estava ali para fazer o que era para ser feito: atender os clientes! Mas ali, na cozinha, em qualquer cozinha não só nessa especificamente, eu estava ali fazendo o que eu sabia fazer de melhor: cozinhar, inventar e recriar o já criado, melhorar o já melhorado; apenas ser eu mesma, ali eu podia, eu sentia que sim.
Alcancei a mistura de leite condensado e limão e cortei os ‘’bolinhos’’ ao meio, passando o recheio fartamente em todos os quinze, mas ainda não me vendo satisfeita. Sabe aquela sensação de satisfação quando você percebe que acabou a parte chata e agora você será recompensado? É como quando você come pizza... Primeiro você come os cantinhos que é a parte mais chata, ou menos gostosa comparado ao que vem a seguir: O meio! Você já esquematizou tudo na sua mente, quase como um plano de futebol! Como você vai fazer para chegar ao gol. É como comer aqueles chocolates em forma de bichinho. Deu para entender, não deu?
Só que para mim, a melhor parte não seria comer, por que a real satisfação, o real orgulho que você tem, não é o fim, é a trajetória que você teve que fazer até chegar ali. O que faz você se satisfazer não é o resultado, e sim como e o que você fez até atingir ele.
Eu penso assim: O gostoso não é comer o bichinho, é se divertir comendo membro por membro dele.
Ok, ok... Sem canibalismo! Mas os verdadeiros entendedores entenderão.
Se eu falar minha tese de que: ''O gostoso não é comer o bichinho, é se divertir comendo membro por membro dele.'', e alguém entender do que eu estou falando, eu me caso com ele! Ou ela... Que seja!
Vocês me entenderam, não é?! Ok, quando será nosso casamento?
— Eu realmente fiz tudo isso para chegar essa hora. — com um sorriso de orelha a orelha, eu peguei o maçarico e deixei ao meu lado.
Segurei uma peneira com uma mão e depois percebi que aquilo não ia dar certo. Eu teria que usar açúcar cristal para dar certo! E na peneira... Bem, seria inútil. E apenas jogar o açúcar não iria ‘’colar’’. Então eu olhei para a manteiga, a manteiga olhou para mim, e ela foi derretida no fogo da nossa paixão! E o fogo do fogão também ajudou... Pincelei todos as minhas ‘’Realidades’’ com manteiga e finalmente polvilhei o açúcar; com a mão mesmo! Capturei o maçarico e respirei fundo. Eu convivo comigo tempo suficiente para saber que quando eu estou animada é quase como se eu estivesse bêbada!
Oh!
Me concentrei no que devia fazer, não por nunca ter flambado alguma coisa na minha vida, qual é?! Eu faço faculdade de gastronomia a 2 anos! Não que isso me faça grande coisa, mas já é meio caminho, e isso me fez ter experiências práticas e outras teóricas sobre isso. Mas o real problema é que eu me perco muito rápido. Eu afundo muito rápido! Minha mente é como uma ancora que me afunda em meu próprio mar de ideias e lembranças.
E hoje especificamente, esse mar está especialmente revolto, agitado.
Escolho um ‘’bolinho’’ e o reservo para me concentrar apenas nele.
Salpico açúcar em minha Realidade, e só essa frase me faz pensar inúmeras coisas, me faz ter inúmeras ideias e monólogos onde minha ausência seria minha única presença, por que nesse momento eu estou nem ai para mim mesma ou para minha mente traidora.
É apenas eu e minha Realidade.
E esse é o único momento e situação onde eu e realidade podem se encaixar em uma mesma frase e fazer tão sentido quanto isso. Despertar-me algo que já foi tirado por mim pela realidade e agora ela resolveu me oferecer de volta.
Felicidade.
Liguei o maçarico e queimei todos os flocos de açúcar, com uma atenção em especial a cada floco, o vendo queimar e borbulhar timidamente, um se juntando ao outro, ao outro, ao outro, ao outro... Até formarem uma crosta dura e deliciosa de se quebrar. Observando isso, pergunto-me se meu coração é igual; uma crosta dura e deliciosa de se quebrar.
Quando finalmente dei a primeira mordida, percebi que eu estava mais certa do que nunca. Aquele não seria um sonho, seria uma realidade! As primeiras mordidas são como se você estivesse mordendo um vidro pelo barulhinho da crosta fina se quebrando, misturando-se com o azedinho do recheio e com o pouco sal que se sente pela massa fofinha e macia. Era como se depois de todo aquele processo, no final tudo se formasse uma grande nuvem em sua boca, e você teria o prazer de a tragar. Quem nunca quis comer uma nuvem? E eu nunca imaginei que ela seria salgadinha e azedinha, e teria o nome de ‘’Realidade!’’.
Continua...
     Wooooooooooooow! Vocês querem mais um capítulo hoje? Aposto que sim! Eu também quero postar para vocês lerem, estou animada! Então quando esse capítulo tiver ao menos 3 capítulos eu posto, ok? Minha mãe vai sair hoje, vou ficar sozinha e não vai ter ninguem para me atrapalhar e nem me ocupar com outra coisa! HAHAHA Aew! \õ/ Te amo, tá mãe? (para quem não sabe ela lê kkkkkk) Mas o que posso fazer? A senhora me atrapalha pra caralho! E eu lhe falo isso, mas eu te amo mesmo assim, por que eu também te atrapalho <3 HAHAHA vlw flw sua gostosa u.u
     ENFIM! Vamos lá gatas e gatos seduzentes? Comentando pra fazer a mama seduzente aqui feliz e consequentemente vocês também ;) E ainda é de graça u.u kpkpsspksspk Tem coisa melhor?
     Beijo gatas e gatos seduzentes ;* Até logo!

10 de jun. de 2014

Sonho versus Realidade - Capítulo 5.

Salgada ideia.

Julie está na entrada quando eu desço da moto e estalo um beijo na testa de Joseph. Despeço-me dele com um ‘’Se cuida’’ e por um momento, enquanto coloco o capacete que eu usava em sua cabeça, ele sorri e eu descubro que eu menti. Eu não quero que ele se cuide, eu quero cuidar dele!
Cruzo com a velhinha simpática que me espera e eu posso sentir seus finos lábios sorrindo maliciosamente para mim, mas ela nada fala, por que alias eu não dou tempo para ela. Já estou cruzando o balcão e empurrando com o ombro a porta da cozinha, jogando um muxuxu para Fred e Monic que lá trabalham e dobrando para minha direita entrando no vestiário. Estou tentando sair do automático enquanto coloco meu uniforme e amarro meus cabelos em um rabo de cavalo.
Só eu que acho o nome dado para esse tipo de penteado ‘’rabo de cavalo’’ ofensivo? Isso foi apenas uma observação enquanto eu me vejo pronta no espelho empendurado na porta do meu armário. Fecho o mesmo deixando minhas coisas dentro dele, e penso como eu posso não entrar no automático longe de Joseph.
Quando percebo eu estou reabastecendo as máquinas de café e os potes que já estão pelas metades. Minhas tarefas são entrecortadas por clientes, mas não acho ruim, eu apenas sorriu por que tenho que me embebedar com os diferentes aromas de diferentes tipos de cafés.
Oh, merda!
Embebedar...
Recordações passam em minha mente, mas a imagem de Nicholas se sobrepõe e isso puxa um sorriso em meu rosto enquanto entrego o pedido ao cliente.
Sinto como se minha mente fosse um eterno cabo de guerra, onde os jogadores são as lembranças, ruins de um lado e boas de outro, enquanto eu sou a corda. Quando o lado bom puxa, ele puxa meus lábios e eu engato um sorriso. Quando o lado ruim puxa, ele puxa a corda que enlaça meu coração e ele se aperta. Eu penso assim... Eu torço pelo lado bom.
— Demetria, você pode fechar a cafeteria hoje? — era a voz de Julie, e ela estava bem atrás de mim.
Eu estava imersa em pensamentos, mas mesmo assim me virei para ela e assenti. Acho que se eu abrisse minha boca para falar alguma coisa sairia minha teoria do cabo de guerra.
— O que está errado com você? — sua cabeça inclinou enquanto ela me analisava.
Tudo!
Nada!
Mas eu não ia falar isso... Um ou outro iria me denunciar. O que é pior? Falar ''Tudo'' ou ''Nada''? 
Pensei em responder: ‘’Nada.’’, mas eu sabia que isso não ia colar com Julie, por que se ela está perguntando é por que isso já estava rondando a cabeça dela a muito tempo. Ela sabe que tem algo de errado, e ela tem absoluta razão. Por isso, elevei meus olhos para os dela e por um momento eu tentei imaginar Joseph ali, e correr para seus braços.
— Você já sabe. — minha voz saiu em um fio, o mesmo puxando minhas lágrimas; funguei para não derrama-las.
A mulher na minha frente já teve oportunidades de me conhecer, e em uma dessas oportunidades ela perguntou se eu conhecia um homem chamado Charles Flow. Não foi coincidência, eu espero que não, mas eu acho que foi o destino querendo tirar uma com a minha cara. Bem, eu não acredito em nenhuma dessas duas coisas, mas eu achei melhor a teoria do destino... Não quero ter nada haver com meu pai, muito menos alguém me coincidir com ele! Mas o que posso fazer? Eu era parecida fisicamente com ele. Sem falar do sobrenome... Então ela juntou as duas peças e resultou em um destino que me ama profundamente, ou me odeia na mesma intensidade que eu o odeio.
Respondi que ele era meu pai, então ela perguntou como ele estava. O que posso fazer? Eu ainda lembro-me daquele canalha e isso me fere profundamente. Olhos vermelhos e cheios de lágrimas bastaram para ela saber que ele era meu problema.
Ela nunca mais falou sobre isso... E bem, ela nunca precisou.
Então agora decidi mostrar para ela que já estava tudo bem! Falando que ele era meu problema e... Não deu muito certo.
Hoje eu estava especialmente abalada.
Seus lábios finos perceberam que da minha voz não passariam daquelas míseras palavras, então eles se alongaram em um sorrisinho de lado, sua cabeça balançando em assentimento. Isso era para dizer que ela entendia? Ou que ela já sacou do que se tratava, mas não entendia?
Minha mão alcançou a dela e a trouxe para minha boca, deixei um beijo lá em completo respeito e rumei para o vestiário mesmo sabendo que eu não teria nada para fazer lá, e que eu ainda não iria me arrumar para ir embora. Mas eu quis ir para lá para finalmente soltar todo ar que eu estava prendendo nos meus pulmões sem nem eu mesma me dar conta!
Não, eu não queria que ninguém sentisse pena de mim.
Não, eu não queria que ninguém me entendesse.
Não, eu não chorei e muito menos bati minha testa no armário.
Eu só abri a porta do mesmo e me olhei no espelho. Meus olhos castanhos estavam trêmulos e embaçados, o espelho da minha alma. Eu estava assim? Meus cabelos negros estão apertados em um penteado, assim como meu coração. Meus lábios estão vermelhos por eu mordica-los tanto em uma tentativa de me conter, e conter minhas lágrimas também. Eu apenas queria me derreter junto com meu coração dentro de meu corpo oco; mas ao invez disso eu limpei meu rosto com as mãos, mesmo não tenho vertigios de nada ali, e rumei para a cozinha. O cheiro estava magnífico! Fred estava tirando uma fornada enorme de sonhos e Monic tratava de polvilhar açúcar de confeiteiro sob eles.
Ainda na cozinha enxerguei um maçarico próximo a pia, e me peguei pensando em queimar o açúcar com o mesmo e ver como ficaria; mas logo repensei, seria melhor com açúcar cristal.
É, senhoras e senhores, as vezes eu tenho dessas. Quando se junto eu e cozinha, não espere nada, por que nem eu espero! Devaneios atacam minha mente e me fazem entrar em erupção, mas invez de lava, ideias transbordam de minha mente e saem quentinhas pelas minhas mãos. Resultado? Comida na mesa! Mas eu não posso garantir que todas elas estejam... Digamos... Comíveis.
Qual é?! Eu gosto de inventar!
Unhas curtas e bem aparadas pintavam minha visão turva por focar tantos aqueles sonhos. Monic.
— Demi! — sua voz estava mais alta que o normal, e finalmente eu acordei de um transe muito saboroso. — Pelo amor de Deus! Acorde! Não babe na minha cozinha! — um riso rouco soou, e era Fred rindo. Rindo da minha cara!
— Desculpa, Monic. — ri do meu próprio momento de desconforto. — Mas seus sonhos são incríveis! E bem, eu sonhei com eles. — um riso nervoso passou entre meus dentes e tremulou meus lábios. Fred riu novamente.
Seu cabelo curto e avermelhado sacudiu-se para mim enquanto seus olhos de jabuticaba se curvavam em assentimento. Ela era pequena, quer dizer, quando eu acho alguém menor que eu? Ela tem meu respeito e consideração. Mas mesmo sua estatura sendo digna de riso e esse fato deveria somar-se em fofura, sua carranca e personalidade azeda e rígida causam arrepios. Então concluímos quer se um ser vivo rir de sua estatura, bem, ele está querendo deixar de estar vivo. As vezes me pergunto como ela consegue fazer doces divinos sendo assim... Mas o que eu posso dizer, não é mesmo? Logo eu! Melhor eu ficar calada... Então foi isso que eu fiz.
— Pode pegar um, Demi. — estalou um sorriso. Como...? Melhor deixar para lá e ir pegar logo antes que ela mude de ideia.
— Espero que isso açucare seu dia. — Fred começou, com sua voz grossa ondulando seus cachos castanhos e vibrando suas cordas vocais. Aquela voz com toda certeza era digna de ser aplaudida.
— E que esse Sonho multiplique os seus. — Monic completou.
Essa ‘’frase de efeito’’ pode soar bem tosca para quem não conhece o enredo por trás dela e seu real efeito para quem a diz. Mas depois de dar uma bela mordida naquele pedaço de nuvem em minha mão, ai sim pode-se perceber o por que daquilo se chamar ‘’Sonho’’, e no efeito que essa simples frase causa na gente.
Mas hoje, especialmente nesse dia, mesmo depois de ter ouvido essa frase diversas vezes e ter sofrido o efeito dela tanto quanto, eu torci para que não passasse de uma frase.
Isso não iria açucarar meu dia. Não esse dia.
Eu não queria ter meus sonhos multiplicados. Os poucos que eu tenho já dão um trabalho enorme!
Eu apenas queria parar aquele momento, pegar a maçarico perto da pia e tostar todo o Sonho, não só o açúcar, não só o Sonho que eu estava comendo, mas os meus sonhos, as minhas metas, as minhas responsabilidades, e junto com tudo isso, as minhas lembranças.
Assim não seria mais um sonho, por que não seria mais doce; se tornaria uma realidade, por que seria salgado e não saberíamos se todas essas combinações dariam certo.
Então isso me deu uma ideia.
E terminando o que eu estava comendo, elogiei os cozinheiros daquela delicia, esperando alguém me elogiar depois da ideia que eu tive.
Continua...
Era para eu ter postado sexta-feira, mas o que posso fazer se eu não dormi em casa? Enfim, não vou entrar aqui em detalhes, ok? É tedioso! 
     Já prestou atenção que quando você tem realmente algo para fazer, sempre, a cada momento, você é perturbada e algo acontece que lhe puxa daquilo que você estava comprimissada? Argh! 
     Como vocês podem perceber, meus capítulos estão relativamente grandes aos que eu postava normalmente. Isso é por que eu estou focada em qualidade, e não quantidade, e isso me deixa com menos capítulos acumulados do que o de costume! Estou procurando uma saida que fique mais confortavel para mim, e confiavel para vocês, e isso está levando mais tempo do que o planejado D:
     Enfim, o que eu posso dizer ou fazer? Estou tentando, e isso é tudo. 
     Sabe, uma amiga minha(e leitora *w*), desenha tipo, super, super, super bem! E o que mais eu posso falar? Ela me ama u.u E ela está comigo em horas que são realmente fodidas, e ela vendo que eu estava atolada resolveu me ajudar :) E eu tenho garotas maravilhosas que também me ajudam bastante, mesmo sem elas saberem. Eu agradeço a Deus todos os dias por terem colocado elas na minha vida, e por eu ou a Caah(é, acho que foi a Caah, ela que tem ideias brilhantes kkkk) resolveu ter a ideia do grupo no Whatsapp :)  
     Alias, quem quiser se juntas a nos, me adiciona no whatsapp: 8587684224 ;) Se não conseguir me adicionar, deixa o teu número com o ddd ai que eu adiciono e coloco no grupo ;)
     Enfim! Algo está vindo por ai, e vai ser muito bom :) Acompanhem a página do site no Facebook! Isso é importante! Lá eu aviso sempre quando eu postei e mais coisas estão por vir!
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     Beijos gatas e gatos seduzentes ;* Próxima postagem, você saberá lá na página!

4 de jun. de 2014

Sonho versus Realidade - Capítulo 3 e 4.

Uma despreocupação preocupada.

Eu trabalho em uma cafeteria no centro da cidade, e eu amo trabalhar ali.
É um lugarzinho pequeno e extremamente aconchegante, com o piso xadrez e as paredes brancas, com excessão da parede do balcão, que é preta. Inumeras maquinas de café e de leite dão boas vindas, e o cheiro de café sopra nosso coração nos convidando a entrar. As mesinhas redondas e vermelhas se espalham pelo lugar com seus bancos também redondos e metálicos as cercando, o enorme balcão também é da mesma cor, e a cozinha atrás dele nem eu me atrevia a entrar, aquele é o lugarzinho do paraíso, como a Julie mesmo diz, e ele não deve ser violado, apenas comandado por Fred e Monic, as mãos de anjo daquele lugar. Julie era uma velhinha com seus 60 anos, a dona do lugar, uma perua sem igual! Seu batom vermelho gritante não abandona seus lábios finos, seus cabelos branquíssimos eram sua marca registrada, por que segundo ela: ‘’A idade sempre chega, e ela deve ser bem recebida.’’, e como a velhinha simpática mesmo diz: ‘’Eu sou um escândalo!’’ e realmente, ela é. Quando seus saltos batem no piso da cafeteria, aquele lugar ganha vida; e quando sua voz fina inunda o espaço, ela abre sorrisos. Seus olhos azuis claríssimos, quase cinzas, iluminam tanto seu rosto quanto os dos outros, e eu suspeito, apenas suspeito, que aquela velhinha é a alma do lugar; é... Eu tenho certeza.
— Demi! — sua voz soou atrás de mim, atravessando a porta de vidro e me fazendo morder o ombro de Joseph.
Minhas mãos não paravam de afagar suas costas, só quando ela disputa atenção com seus cabelos negros, e ele estava um pouco mais calmo; quando a porta se abriu, sua cabeça pulou de meu ombro e se escondeu em meu colo. Beijei sua testa e me virei para ver Julie, ainda escondendo o rosto de Joseph que agora estava escorado em minhas costas, fuçando minha nuca com seu nariz.
Céus, ele tinha que parar!
— É... Oi, Julie. — ela nunca falou seu sobrenome para não ter riscos de ser chamada por ele. — Desculpe pelo atraso. — meu braço empurrava o energumeno atrás de mim para parar com aquilo. — É que... Eu tive um imprevisto, e... Pare com isso, Joseph! — eu me virei irritada para ele, e logo depois sorri nervosa para a velhinha camarada na minha frente. É, ela não estava com a cara muito boa. — Desculpe, mas é que eu me atrasei na faculdade e ele me deu carona.  — apontei com o polegar para o ser humano atrás de mim, e a velhinha abanou o ar com uma mão. Acho que ela também abanou meu suspiro.
— Não se preocupe, Demetria; posso ser velha, mas não sou idiota. — as mãos de Joseph pousaram em minha cintura, e pude sentir seu queixo ser apoiado em meu ombro.
— Desculpe, Julie. — ele começou. —A culpa foi minha, não era a hora para eu alugar a Demi logo agora.
Então a velhinha sorriu singelamente; fala sério! Joseph não estava soltando suas frases melosinhas com sua carinha de anjinho para se safar, e ela cedeu para ele! Ele apenas estava sendo sincero com sua carinha naturalmente fofa e... É, eu entendo ela.
— Eu entendo um momento casual quando vejo um.
Casual? Ela tá pensando...
— E também vejo que vocês dois estão sendo sinceros, e foram apenas espontâneos. Você tem 2 horas para terminar o momento de vocês.
Eu... O que? Essa mulher está bem hoje?
Prefiro nem comentar sobre isso, e bem, ela não esperou um comentário, apenas deu meia volta e entrou novamente na loja. Por mim, eu continuaria plantada naquela calçada olhando para o antigo lugar que ela ocupava tentando processar aquilo tudo. Falei que estava lesada hoje? E especialmente hoje! Mas não dependia de mim... Joseph também estava na jogada, e eu posso apostar que o cretino estava amando aquilo.
— O que? Vai ficar ai parada? Temos duas horas, Demetria!
Eu só me lembro de ter subido em sua moto novamente, colocado o capacete e novamente eu estava no automático, mas eu não estava me preocupanda com isso, por que eu sabia que eu não ficaria assim por muito tempo, quer dizer... Eu estava com ele!
E eu não podia estar mais despreocupada, e ao mesmo tempo preocupada.
Por que afinal, aquele era o Joseph!
E essa é minha realidade.
Uma preocupação despreocupada.




Salgada realidade água com açúcar.

— Então...? — uma voz grossa tirou-me do transe.
Nós ainda estávamos na moto, a viagem não foi longa, e pelo frio que fazia eu já devia ter coxilado agarrada a Josephn como meu uso de pelúcia.
Não... Ele não poderia ter me trazido ali.
Eu estava embasbacada, com meu olhar afogado no lago a minha frente. Desci da moto ainda chocada, sendo atingida pelas lembranças como tapas na cara. O capacete caiu aos meus pés, e eu cai de joelhos ao lado do mesmo. As lembranças cortaram minhas pernas, e momentaneamente eu me senti embreagada como meu pai naquele dia.
— Joseph, você não podia ter me trazido aqui. — meus olhos estavam embaçados, e eu podia ver seu lindo rosto distorcido.
Suas mãos fortes rodearam meus antebraços e mergulhou-me em seu abraço, mas naquele momento... Bem, não era o momento.
O empurrei para longe com toda a força do meu corpo mole e cai para trás, sentada. Eu não chorava, mas só sabia que isso era mentira pelas lágrimas que jorravam pelo meu rosto em chamas. 
— Dem... — o interrompi, gritando como uma criancinha em birra.
Oh!
— Você não tem esse direito! — minha voz saiu estrangulada pelo nó em minha garganta.
Meu rosto estava desfigurado pelo choro, como naquele dia.
O rosto de meu pai também estava desfigurado naquele dia.
O cheiro de cerveja impregnada em sua barba me causou vertigens, e eu podia me lembrar de minha mãe chorando em baixo do cobertor, enquanto minha irmã chorava embaixo do chuveiro, enquanto meu irmão chorava em seu quarto, enquanto eu estava tocando em minha pele os acordes da minha dor.
Tudo por causa daquele maldito cheiro!
Tudo por causa daquele maldito homem!
— Você não tinha o direito de me fazer lembrar. — choraminguei, ainda ajoelhada no chão, com meu rosto virado para o lago.
O mesmo lago que ele...
O mesmo lago que ele desistiu de tudo.
Desistiu de ter uma família.
Desistiu da minha irmã.
Desistiu do meu irmão.
Desistiu da minha mãe.
Desistiu de sua pequena marrenta. Desistiu de mim!
Desistiu de ser pai.
Apenas... Desistiu.
E dessa vez, depois de milhares tentativas, eu desisti de ser sua filha.
Desistir de ser sua pequena marrenta.
Desistir dele!
Desistir de ter um pai.
Desistir de mim mesma.
— E você não tem o direito de desistir de si mesma. — vociferou. — Se passou muitos meses desde aquele dia, Demetria. Passaram-se anos! — ele urrava para mim, como se estivesse me dando uma ordem. Eu quase pude sentir falta disso. Quase.
Senti-me patética.
— Agora você e eu temos 22 anos, Demetria. Você tinha 15 anos, éramos jovens!
— Mas ele me fez adulta!
Então como uma enchente, as lembranças vieram em minha mente.
— Venha me dar um abraço. — eu quase podia ver sua voz tropeçando nos próprios pés. O que ele estava fazendo em casa? Ele sabe que essa casa não é mais dele.
Com meu corpo minúsculo para os meus 15 anos, eu fui o abraçar, e eu me senti mais minúscula ainda em seu corpo grande e forte, podre pela bebida.
— Essa é minha pequena marrenta. — sua barba arranhava meu pescoço, e eu quase choraminguei de saudade, mas meu choro seria pelo cheiro que agarrava suas palavras e as faziam cair pesadas em meu coração.
Hoje nos iríamos comemorar o aniversário do meu cunhado.
Empurrei levemente seu corpo pesado do meu, e torci o nariz.
— O que foi? — ele estranhou.
— Não gosto quando você bebe.
— Mas eu vivo bebendo, você sabe. — eu podia ver a irritação crescendo em seu corpo. E ele é realmente tremendo! Eu podia sentir sua mão pesada forçando meu ombro.
Eu realmente odeio quando ele bebe. Ele fica violento. E depois, parece como um bebe que apenas quer carinho.
Mas eu não consigo me segurar. Por isso sou sua pequena marrenta.
— Então não me peça para gostar disso. — e lhe dei as costas, entrando em casa embriagada.
Eu iria tomar banho, e eu podia ver meu pai deitado no sofá da sala ligando para seus amigos. Típico.
— Só fiz gastar meu dinheiro por ter vindo aqui. — ele estava ressentido pelo que eu falei, mas eu o amava tanto, que eu não pude falar que ele estava certo.
Então antes que eu entrasse no banheiro, seus lábios pesados pousaram em minha têmpora direita, me deixando embasbacada na porta do mesmo.
Podia ouvir vagamente minha mãe falando para ele não ir beber mais. Ela estava tão acabada quanto eu.
Entrei no banheiro e liguei o chuveiro.
Chorei baixinho com a testa escorada na parede, e pude ouvir minha mãe sussurrando:
— Não era para ele ter vindo... — eu sabia que ela escutava meus soluços.
Então eu me forçei a respirar fundo e erguer minha cabeça, deixando a água correr pelo meu rosto enquanto eu apenas fingia que aquilo era água salgada, e não lágrimas.
Minha irmã finalmente chegou com meu cunhado depois de meia hora, e nada do meu pai.
— Ele não está no bar. — o mesmo era na frente de casa. — Ele pode estar no bar do fim da rua, vá procura-lo.
Então eu fui, irritada, batendo o pé forte a cada passo, mas fui.
Voltei para casa sem notícias, apenas com a certeza de que ele havia ido embora sem avisar.
Bem... Eu queria acreditar nisso.
Minha irmã ligou para ele, e na quinta tentativa finalmente atendeu.
Seu pai foi morto. — um homem atendeu o telefone, e o rosto branco da minha irmã ficou vermelho, anunciando que ela iria chorar.
E bem, ela chorou, e minha mãe se desesperou. Bem... Todos nos desesperamos! Mas eu estava pasma, haviam ligado meu automático, tudo ficou turvo para mim e eu apenas ouvia os gritos de minha mãe vagamente.
— Por que vocês deixaram ele ir? — minha irmã falava entre o choro, ela estava em crise. Eu e todos sabíamos guando ela estava... Nos já vimos isso muita vezes.
— A Demetria foi atrás dele! — minha mãe tentava replicar, e eu sentia que eu estava bêbada como meu pai.
Sei que não devíamos acreditar no que aquele cara do telefone falou, mas era o número dele! Meu pai estava bêbado, rodando pelas ruas, e o cara falou que havia roubado ele e depois...
— Por que vocês o deixaram sair naquele estado? — ela repetia.
Meu irmão e meu cunhado já haviam saído de moto para procurar meu pai.
Era o aniversário do meu cunhado...
— Demetria. Água com açúcar. — minha mãe gritava para mim enquanto colocava minha irmã em crise na cama.
Eu me negava a chorar.
Minhas lágrimas estavam cristalezadas em meu coração, o rasgando enquanto eu corria para preparar água com açúcar no copo para minha irmã.
Eu estava no automático... Eu me sentia uma psicopata com meus olhos vidrados e trêmulos como meu coração.
Eu não esboçava nenhuma expressão ou emoção, e aquilo me assustou.
Então eu sentei em uma cadeira e embrenhei meus dedos em meu cabelo, os puxando para trás e tentando oxigenar meu cérebro.
Eu arfava como se estivesse corrido uma maratona!
— Demetria! Fez o que eu mandei? — minha mãe gritou.
Assenti para ela e a prendi com meus olhos, tentando mostrar a ela como eu estava, querendo que ela percebesse que uma crise pior que a da minha irmã estava acontecendo comigo também! Só que pior... Eu queria chorar. Eu queria que ela se desesperasse como com minha irmã, queria que ela viesse me apartar, queria que ela fosse me colocar na cama, eu queria alguém! Mas eu estava sozinha...
Minha mãe foi ver como minha irmã estava, e eu abri o portão e fui para a rua, ainda com dificuldades de respirar. Puxei novamente as raízes dos meus cabelos, querendo segurar algo como queria ter segurado meu pai. Arfei e corri, querendo sair daquele automático que me fazia me sentir como uma psicopata, querendo chorar! Querendo explodir!
Naquela casa já tinha quem sustentar.
Corri pelas ruas, eu estava descalça, corri mesmo sem sentir minhas pernas se moverem, sem conseguir ver através da nuvem de lágrimas em meus olhos, corri sabendo que não notariam minha ausência.
Então eu explodi em um grito do fundo da minha garganta, e meus joelhos dilatavam por eu ter me jogado no chão em cima deles.
Eu estava em uma praça, e eu conhecia aquele lugar... Eu vinha com minha família quase todo mês, e todo fim de semana com Joseph. A praça tinha um pequeno lago em seu centro, e era toda em concreto com bancos também de concreto. Quase ninguém ia para lá, pois era perigoso, principalmente a noite.
E agora, eu estava ali, ajoelhada, chorando e soluçando toda minha dor, transferindo tudo para o lago.
Eu entrei em crise.
Sozinha.
Por que meu pai não estaria ali para me notar, e muito menos para me consolar. Ele só... Se foi.
Ele sempre foi os maiores motivos de eu ser assim. Sempre foi o motivo dos meus maiores choros... Ele sempre foi um motivo. E agora, pensando bem, ele nunca esteve lá. Ele nunca me consolou. Ele nunca esteve lá.
Céus, ele nunca esteve!
A cada ano ele ia, e a cada ida tirava algo de mim, algo que só agora eu senti falta.
Meu coração.
Ele estava seco.
Eu me sentia seca!
Ele pegava meu amor e ia embora. E agora, ele se foi novamente, e eu estou só novamente.
Estou seca novamente.

— Ele não morreu, Demetria. — justificou.
— Mas ele morreu para mim! — minha voz saiu forte, me levantando do chão e o olhando ferozmente. — Ele morreu para mim desde aquele mísero dia! Eu morri para mim mesma desde aquele inferno de dia! Ele não se preocupou, por que eu deveria? Por que você deveria? — frisei bem o ‘’você’’, o atacando com minhas palavras.
Eu não gostava de voltar naquele lugar.
Era como visitar o meu próprio túmulo.
Aonde eu morri.
Aonde meu pai morreu.
Eu não o vi desde aquele dia.
E sinceramente? Eu preferi assim. Eu aprendi a tomar seu lugar, eu aprendi a me proteger sozinha. Eu não tinha ninguém, e eu aprendi a não precisar de ninguém.
— Por que eu só quero que você precise de mim como eu preciso de você. — depois de longos minutos ele finalmente falou, e aquilo me embasbacou. — Seu pai ainda está vivo, Demi. O meu não. — aquilo me acordou do meu estado de choque, e por um momento eu pensei em correr dali, e não para os seus braços.
E bem, sua barba roçando em meu pescoço me deu vertigens, mas dessa vez o cheiro que eu sentia era bom, mesmo que o mesmo esteja me embriagando.
E dessa vez, eu tinha alguém para cuidar de mim, e eu cuidar dele.
Eu cuidaria dele como eu queria que tivessem cuidado de mim.
Vou abraça-lo.
Vou coloca-lo na cama.
E vou preparar água com açúcar para ele.
Continua...

Absolutamente nada a declarar!
Mentira, eu tenho sim... Essas ultimas semanas, onde eu estive? Doente! Em hospitais! E por fim na minha cama depois de ter colocado meus rins para fora de mim pela minha boca! Eu estava com dores, principalmente nos olhos e na minha cabeça(sem falar no meu pescoço e em minhas pernas), e eu decidi que eu precisava de um descanso fisico e mental, já que eu estava em um maldito de um bloqueio criativo e nada saia da minha mente a não ser: ''EU PRECISO DESCANSAR!''. Estou voltando a partir de hoje a ativa, e não peço que vocês tenham paciencia comigo, eu quero ter comigo mesma, e eu vou. Eu só agradeço a vocês por ainda me aturarem e ainda lerem o que escrevo. A Caah já se cansou da minha pessoa, e ela está sem pc, portanto ela não tem e não teve como me ajudar D: Então eu não sabia o que fazer, deitei minha cabeça no travesseiro e dormi para ver se algo surgia em minha mente. Ontem, exatamente ontem eu fui para a igreja com a minha mãe e eu praticamente levei um tapa na cara! ''Se você tem um desafio, se desafie.'' Então eu pensei: ''É disso que eu preciso! Um desafio!'' E eu estava tentando esconder de mim mesma o que realmente me chateava: Achar pouco! Achar que eu estava dando muito de mim, mas poucos me ouviam. Então o cara me deu uma na cara, vou falar aqui com minhas palavras: ''Sabe da história dos 7 pães e 2 peixinhos? Pois é, todo mundo achou pouco para alimentar a multidão, mas Ele(Deus) MULTIPLICOU! Você tá achando pouco? Você tem que apenas se desafiar, correr atrás e crer, por que Ele também vai multiplicar. Dê o pouco que você tem para Ele, e Ele multiplicará.'' Então: Ok, eu vou fazer isso!  Falei isso aqui para vocês para vocês usarem isso. Quer dizer, eu acho que poucos vão me ouvir, mas estou lutando comigo mesma, e espero que vocês também façam isso.
Se quiserem me dar uma força, pega o link desse blog e joga nas redes sociais de vocês, não precisa escrever nada se não quiser, só joguem lá e pronto, estou agradecida e você está me ajudando, curte a página do site e nos acompanhe, por que algo novo vai vir por ai! E não, isso não é uma daquelas correntes hahaha'
Ainda essa semana tem mais um post duplo.
Beijos gatas e gatos seduzentes ;* Se quiserem me ajudar, apenas me deem uma prova de que ainda não estou sozinha.