Meu
doce sonho.
Ok.
Tudo bem.
Respira.
Está tudo
sob controle.
Eu repetia
isso como um mantra para cobrir meus sonhos e abafa-los sob meus suspiros.
Ele estava
ali, sentado na grama sob a sombra de uma árvore, lendo um livro, eu acho, ou
apenas estudando, enquanto seu fone de ouvido branco sussurrava em seus ouvidos.
Por que ele
é desses que parecia impenetrável para o mundo.
Por que ele
é desses que parecia impenetrável para mim.
Seus cabelos
pretos caiam sobre sua testa, seus olhos castanhos penetravam o livro quase o
fazendo babar; quase me fazendo
babar. Bolsas arroxeadas sustentavam seus olhos, e não por que eu o observei,
longe de mim isso, mas eu suspeitava, apenas suspeitava, que isso era culpa da Ketlyn.
Quer dizer... Da namorada dele.
Céus, ela
era absurdamente linda comparada a mim!
Mas...
Quando ele iria se dar conta de que ela não tem nada haver com ele?
Eu tenho!
Eu sei
disso.
Mas o
problema é que ele não sabe... E não sou eu que vou dizer.
Quer dizer,
eu posso estar caidinha por ele; tá, admito, não é bem uma quedinha... Tá mais
para uma queda de um precipício! Mas isso não muda os fatos. Fatos esses que eu
sou uma apaixonada incorrigível, mas não por ele, mas por mim, e que de tão
apaixonada, acredito em um amor que verdadeiramente me faça sentir, não apenas
quem eu amo. Por que em momento da minha vida, um momento mínimo que seja,
eu quero sentir algo verdadeiramente forte, mas que dessa vez, seja algo bom.
Eu acho que
só preciso saber que existe algo forte, e que esse sentimento tão forte não
seja algo ruim.
Olho para
minhas mãos, e elas estão fechadas em torno da minha xícara de café.
Quem leva
uma xícara para o campus da faculdade?
Bem, eu!
E eu me
orgulho disso, e realmente não ligo, mesmo ela sendo do Bob Esponja, e mesmo
sua cor sendo extremamente chamativa. Tiro minha garrafinha térmica carregada com
café da bolsa e recarrego minha xícara, me encostando mais confortavelmente no
banco de praça que estou sentada e cruzando minhas pernas como assas de borboleta em cima do banco,
sorrindo como uma criança enquanto ajeito meus óculos de grau no rosto e bebo
meu café.
Uma das
minhas paixões...
Eu gostava
disso.
E também
gostava de pensar assim.
O tempo
estava quente, isso explica eu estar de short jeans e uma regata preta. O coque
frouxo que eu fiz antes de sair de casa já estava se desfazendo, e com uma mão
só, já que a outra eu ainda estava segurando a xícara, tentei soltar o resto de
cabelo que ainda estava preso. Percebi que aquilo não ia dar certo, já que eu
convivo comigo mesma a tempo suficiente para eu ter sã consciência de como sou e saber que aquele simples ato iria acabar em desastre. Então resolvi me
levantar, mas meus olhos se cruzaram com um par de olhos castanhos, e ele
sorria enquanto me olhava, quase ria.
Estanquei.
Mas
rapidinho passei outra marcha e alcancei minha mochila, desajeitadamente
trazendo-a para um único ombro e andando toda atrapalhada.
Bem... Eu
tentei andar!
—Ei!
Olha por onde anda, imbecil! — um brutamontes falou, depois de esbarrar
em mim e derrubar a xícara que estava na minha mão no chão, a partindo assim em
mil pedaços e derrubando café em meu busto.
Eu estava fervendo!
E não foi um trocadilho pelo café super quente queimando
minha pele, e sim pelo fato dele ter quebrado minha xícara!
Minha linda xícara do Bob Esponja!
Do. Bob. Esponja!
E merda, ele era alto!
Mas não liguei para isso, não liguei pra nada!
Era apenas eu, ele, e minha xícara do Bob Esponja quebrada ao
meu lado.
De repente, ele parecia um inseto aos meus pés, e eu faria
questão de pisar.
— Você. Tem. Noção. Do. Que. Acabou. De. Fazer? — meu
indicador batia em sua barriga a cada palavra que saia por minha boca.
Sim, batia na barriga dele.
Já falei que ele é alto?
O que, bem, ele poderia ser de tamanho normal, mas ainda sim
seria grande em relação a mim. Tudo ficava grande em relação a mim!
Ele de repente ficou pasmo, e seus estúpidos — e lindos; olhos verdes, se arregalaram.
Então eu subi no banco e consegui ficar cara a cara com
aquele estrupício loiro.
— Foi você que esbarrou em mim! — ele tentou replicar.
Por sua voz vacilante eu já pude notar que ele não estava
acostumado a menininhas que não davam mole para ele.
Qual é... Ele era lindo!
Então eu desci meus olhos castanhos escuros por seu corpo, e
eu pude notar. Ele usava um casaco, veja bem, um casaco! Um lindo casaco, devo
admitir, mas ainda assim um casaco. Estávamos no verão! No auge dele, devo
ressaltar; e o animal sai no sol com um casaco de algum time de futebol? Rolei
os olhos e voltei meu olhar ao seu rosto.
— Vou ter repetir, ou quer que eu desenhe? — eu ainda estava em
cima do banco, e meu rosto estava ameaçadoramente bem próximo ao dele. — Que eu ainda estava parada, e quando eu me virei você esbarrou em mim. — frisei bem o
‘’você’’ — E esse esbarrão resultou em um solavanco, e nisso, você — frisei — derrubou tanto minha
xícara do Bob Esponja — frisei — no
chão, quanto seu maldito café super concentrado com leite vaporizado em cima de
mim!
Eu estava espumando! E não, não era café... Eu já estava super inclinada em
cima dele, apontando meu dedo em sua cara enquanto, muito provavelmente, meu
rosto estava vermelho. E também, muito provavelmente, ele ainda estava
tentando processar o que eu estava falando.
O loiro estava pasmo!
E eu estava irada!
Só agora pude notar pessoas paradas e embasbacadas olhando o
alvoroço.
Uma mão tocou meu ombro em uma tentativa de me acalmar, então
ele entrou na minha frente, e ele não precisava subir no banco para sua altura ficar quase
igual ao estrupício que quebrou minha xícara.
— Ei, cara. — falou, sua voz naturalmente rouca e
deliciosamente grossa impondo moral, e ao menos tempo, respeito. — Ela está
irritada por que você quebrou a xícara dela; então, se você não vai fazer algo
construtivo ficando aqui, vá embora.
Com uma ultima olhada para mim, bufando, ele foi embora.
— Isso mesmo, seu covarde! — eu gritava para ele. — Vá embora
mesmo, energúmeno! — meus braços estavam cruzados sob meu busto, e eu já não me
incomodava com a queimação, só com minha xícara quebrada.
Quando ele se virou para mim, dava para notar que estava se
segurando para não rir. Como eu sei? Não que eu o observe, longe disso, mas é
que seus lábios grossos estavam franzidos para dentro da boca, suas
sobrancelhas estavam juntas e formavam um vinco na testa que quase não dava para
ver por causa de seus cabelos espalhados despojadamente nela, e seu queixo, a
linda covinha de seu queixo, ela se evidenciava mais; só por isso.
Ele não é o padrão de beleza da alta sociedade.
Ele é lindo para mim.
Deve ser por isso que eu gosto dele...
— Nem ouse soltar essa maldita risada que você está
prendendo. — resmunguei, descendo do banco e ajeitando minha mochila no ombro.
Eu nem tinha percebido que meu coque tinha soltado, e com
isso meu cabelo preto espalhou-se sobre meu ombros, minha franja tampando um de
meus olhos, e a caneta que prendia meus cabelos decidiu ir procurar o caminho
para Nárnia!
Então ele finalmente se permitiu gargalhar, sua voz brotando
no fundo de sua garganta, e quando acabou eu já estava andando, tentando
inutilmente tirar aquela voz da minha cabeça e conseguir deixar estáveis minhas
pernas.
— Ei! Volta aqui! — ele já havia me alcançado, e agora me
acompanhava lado a lado. — Meu nome é Nicholas. — não que eu já não saiba... —
Nicholas Steven. — estendeu a mão para mim.
Ainda andando, eu o olhei de rabo de olho e pensei se seria
assim mesmo nosso primeiro contato.
Não que eu já tenha imaginado, muito pelo contrário.
Puft!
O que?
Lógico que ele observando meu rosto ao por do sol e
finalmente falando seu nome enquanto me dava um beijo nas costas da minha mão
nunca se passou pela minha cabeça.
— Demetria. — parei. Coloquei minha mão sobre a dele e sorri.
— Demetria Flow. — então, por mais épico que seja, ele beijou minha mão, e por
mais incrível que pareça, eu não desmaiei.
Rindo, fiz uma cortesia, flexionando meus joelhos e segurando
a barra da minha regata como se fosse um vestido. Ele riu, me cortejando
acenando com a cabeça baixa.
— Um prazer enorme lhe conhecer, madame. — sua voz saiu
estranha, destorcida pela riso.
— Senhorita, por favor. — empinei o nariz, como uma legitima
perua; e foi minha vez de rir, voltando a andar.
— Sabe que ele não entendeu nada do que você falou, não é?! —
saquei meu celular do bolso e olhei as horas; ainda tinha tempo, graças! Seus
olhos olhavam meu perfil, desceu para o celular e depois voltou para meu rosto.
— Desculpe, está atrasada? — sim, eu o poderia morder; ele é tão fofo com as
bochechas coradas.
Sorri mostrando os dentes, e não foi para o morder.
Bem, eu nem o conhecia direito! Não que se eu conhecesse eu o
morderia, mas...
E, bem, eu o conhecia! Mas deixa para lá.
Então eu parei, virei para ele, e o mesmo alargou o sorriso.
— Não, não estou atrasada não. — soltei uma risada nervosa. —
É que eu estava muito irritada, quer dizer, eu ainda estou irritada por causa daquele
brutamonte, então nem me dei conta. — ele riu de novo, colocando a mão no meu
ombro e sorrindo.
— Você falou ‘’resultou’’ e ‘’solavanco’’ em uma mesma frase!
— gargalhou — Eu acho que ele nem sabe o que essas palavras significam! Ainda
mais ‘’energúmeno’’! — por que diabos ele tinha que parecer tão lindo rindo?
Por que ele tinha que rir?! A essa altura eu já estava vermelha como um
tomate! E eu acho que ele percebeu isso, já que sua mão saiu do meu ombro e foi
para dentro do bolso, subitamente, se constrangendo. — Você tem noção que
descreveu o café dele? — ok, agora ele soltou uma risadinha nervosa, que se
transformou em uma tosse. Foi impossível não sorri. E ele estava ali... Tão
pertinho.
Então eu agarrei a alça da minha mochila e mordi o lábio
lábio superior, tentando acabar com o sorriso idiota que com certeza estava em
meu rosto.
— É que ele quebrou minha xícara do Bob! — resmunguei, meus
lábios formando um biquinho sem nem me pedir permissão. — E sobre descrever o
café dele... — ri, com ele me acompanhando em um sorriso bobo. — É por que eu faço
gastronomia.
Agora foi a vez dele de morder o lábio, só que dessa vez, o
de baixo.
Merda!
Isso acaba com meu psicológico.
— Eu faço arquitetura. — coçou a nuca, entortando a boca.
— Boa escolha. — ponderei a um suspiro dele.
— Na verdade, não foi uma escolha. — outra tosse, quer dizer,
outro riso nervoso. Então eu pendi a cabeça para o lado, o estudando e
percebendo que ele não queria tocar naquele assunto.
O que eu poderia falar?
Então em silencio, seus olhos pousaram sobre meu busto, e eu
segui seu olhar.
Merda!
— Você precisa... — indicou com a cabeça enquanto eu ria
desconcertada.
— Não dá. — choraminguei. — Minha casa é um pouco longe daqui
e daqui a pouco eu tenho aula prática.
Então ele abriu a boca sem ter o que falar e eu o imitei.
— Acho melhor eu ir indo. — falei, tomando as rédeas da
situação. Se não fosse eu a acabar com isso, seria ele. E, olha, eu sonhei
muito com esse momento, e definitivamente aquele era meu momento, então...
— Tudo bem. — mordeu o canto dos lábios, coçando a nuca
novamente. Se ele soubesse como ele ficava com aquela camiseta azul... Seus
braços musculosos se flexionavam deliciosamente; ele definitivamente era lindo!
Alguém tá vendo a poça de baba do meu lado? Por que eu acho que babei. — A
gente se esbarra por ai. — Sim, com certeza eu adoraria me esbarrar com ele. —
Boa sorte com sua xícara. — não, não ria, não ria, não... Oh! Ele riu.
Então eu sorri e prendi a alça da minha bolsa no ombro, dando
uma ultima olhada em seu rosto corado e sorridente, engatando uma risada e
dando as costas para meu sonho. Eu precisava ir.
Ir em direção a minha aula.
Ir em direção a minha realidade.
Continua...Sei que está tudo confuso! Isso realmente foi um sonho, ok? Só para quem não entendeu... Nicholas é um sonho, e esse primeiro capítulo foi para mostrar exclusivamente ele, e os apresentar o sonho. Ian(ou Joseph) vem no próximo capítulo, ele será a realidade. Dai Sonhos versus Realidade :) Vocês vão se adaptar com a ideia no próximo capítulo que sai ainda hoje, para que vocês tenham mais noção, ok?
Uma pergunta: Vocês querem o Joseph na história? Se sim, comentem! Preciso da resposta!
Beijos gatas e gatos seduzentes ;* Até mais tarde!
voce gosta de dar nó no meu cerebro hein
ResponderExcluirquero mais
JOSEEEEEEEEEEEEEEEEEEEPPPPPPPPPPPPPHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH PLEAASEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE
ResponderExcluirJoseeeeeeeeephhhhhh fiu fiu fiu joseeeeeeph fiu fiu fiu
ResponderExcluirJá falei que pra mim tanto faz, ok? Você escreve muito bem e eu vou amar de qualquer jeito, sei disso!kkk
ResponderExcluircara, é foda você sonhar com um gato desses e ele ser um SONHO!!
Já passei por isso...
Droga, eu até desenhei ele! kkkkk
Enfim, posta logooo
Beijos
O Joe.. Amei o capítulo
ResponderExcluirJoe . Capitulo fantastico . Ainda estou confise
ResponderExcluirjoezito amorzito na parada. xonei nesse nicholas
ResponderExcluirDesculpe a demora, mas nem tudo está bem. Estou sem cabeça para o Mundo.
ResponderExcluirO que dizer? Perfeito
Poste logo
Beijos
PER-FEI-TO
ResponderExcluirIncrivel,eu amo a historia mas o que mais me fascina é o seu jeito de escrever,e o jeito que detalha o mundo em volta,penso assim.
nao quero joe eu quero nemi nick com demi
ResponderExcluirEu prefiro nemi,porque vai ser algo novo e diferente.
ResponderExcluirÉ sempre jemi,as vezes é bom sair um pouco do padrão u.u