Doce e salgado. Força e choro.
Camuflo-me em meu corpo de mulher; meu corpo vazio cheio de nostalgia. Corro do
que é novo para evitar se tornar velho. Evito novas chegas para evitar velhas
partidas. Evito novas ilusões para evitar velhas decepções. Evito novas forças
para evitar velhas lágrimas. Essa é minha vida. Evitar para não se machucar.
Penso se isso verdadeiramente é
uma vida. Almejo tentar, mas não tento. Almejo acertar, mas apenas erro. Erro
sem tentar. Pois esse é meu maior erro. Não tentar. Ter medo do novo e trauma
do velho. Ser forte o bastante para chorar, ser fraca o bastante para ser
forte. Tudo isso, sem ser o bastante.
Minha vida é desconhecida para
mim, nem mesmo eu a conheço e muitos acham que a conhece. Minha vida é um
animal selvagem, indomesticado, uma guerreira misteriosa, um território
desconhecido, uma vasta floresta sombria; essa sou eu. Uma guerreira chorosa e
com medo do novo. Com medo da vida.
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