Pensei em fazer um filme, escrever o roteiro e
depois queima-lo, pois eu sei que um dia tudo vai acabar e cedo ou mais tarde
eu irei me magoar. Os meus futuros telespectadores iriam ficar confusos ao
assistir minha vidaem forma de filme. Tento me enganar que estou pensando neles ao
desistir de fazer meu filme, mas só estou me magoando mais. Por que, por trás
de toda minha farsa, eu só estou me protegendo.
Talvez, quem fique mais magoado nessa
história sejam os telespectadores, pois eu os estou afastando para me proteger,
evitando novas chegadas para evitar partidas. Evitando para viver, ou apenas
evitando, para sobreviver. Tampo seus olhos para evitar verem minhas feridas.
Tampo seus olhos para evitar verem meu filme, minha vida, me ver caindo em um abismo
tentando segurar duas coisas: meu filme e meu coração.
Tampo meus próprios olhos para não
ver meu coração se espatifando no chão, mas quando abro, posso ver que ele já
estava em forma de pó pelas decepções que o pisaram. Segurei firme em meu filme
que está em minhas mãos. Olho para o lado e vejo meus telespectadores me
aplaudindo fervorosamente pela minha coragem. Então concluo que eu não posso
viver sem eles, e que não vale a pena afastá-los para tentar me proteger, por
que assim, eu
só estarei me magoando mais.
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