Minha tristeza grita para ser notada, mas eu não quero ser notada e nem
que a notem. Esse é meu conflito, esconder minha tristeza gritante, que insiste
em me assolar a qualquer momento, me impedindo de desfrutar a total felicidade.
A tristeza tem medo de me perder, como eu tenho medo de perder a felicidade da
minha juventude e o tempo dela chorando pelos cantos e cedendo meu lugar na
felicidade para a tristeza. Como fiz sempre fiz até agora. E é essa minha vida:
um vai e vem de ausências incompreendidas.
Quero correr para longe de mim, abalar as barreiras da realidade e as
que a tristeza impõe em mim, ela não tem controle contra mim, mas a quem eu
quero enganar? Eu a deixei ficar no controle, eu estou cansada de mim, tenho
vontade de mudar de corpo e de coração, o meu já está esfarelado nas mãos da
tristeza. Percebi isso quando chorava em meu corpo amedrontado com medo que eu
não volte mais, pois não é só a tristeza que tem medo de me perder, eu também
tenho, tenho medo de me perder para a causadora de meus choros pré-sono.
Coloquei um pouco
de amor próprio nas barreiras que me impediam de seguir em
frente e elas se dilaceraram. Suspirei enquanto fechava os olhos. Abri os
mesmos lentamente e olhei minhas mãos, não havia nada nelas, apenas um bilhete
pequeno dizendo: ‘’Você venceu, eu não insistirei mais. ‘’. Sorri ao terminar
de rele-lo. Na próxima vez que a tristeza vier me consolar em meu choro causado
pela dor da realidade, não deixarei mais ela me controlar e nem me seduzir com
uma proposta de ficar livre da dor, afinal, eu preciso da minha dor, pois foi
ela que me tornou quem eu verdadeiramente sou: uma guerreira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário