Image Map

28 de jan. de 2014

Não fuja de mim.


O vento em um dia de sábado me faz voar em minha tristeza. A música alta que soa em meus ouvidos faz-me esquecer do mundo, por consequência, fazendo-me entrar em meu mundo melodramático, no qual os moradores são minhas próprias dores, e a única que me entende é a solidão que me faz companha.
Um arrepio atravessa meu corpo esburacado. Gemo pela minha desgraça. Balanço meus braços no vento e sinto o mesmo soprando em minhas entranhas, fazendo a chama fraca de meu otimismo hesitar em continuar viva. A solidão ao meu lado, estica a mão para meu corpo e atravessa com sua mão em minhas entranhas, fazendo-me entreabrir a boca com uma expressão de dor em meu rosto. A chama se apagou.
‘’Por quê?’’ Essa palavra escapou entre meus lábios ressecados entrecortada e carregada de dor.  A população de meu mundinho medíocre riu de mim. Riram do meu fracasso. Riram da minha desgraça. De novo. ‘’Você não merece esse otimismo todo. Você mesma se rebaixa para lhe chutarem. ’’ A solidão avisou-me, ainda com a mão vazia em meu corpo, olhando em meus olhos medrosos.
    Fechei os olhos pesadamente e desejei que tudo mudasse. Pena que foi só um desejo. ‘’Não fuja de mim’’ a solidão gritou em meus ouvidos. ‘’Não fuja de mim’’ uma multidão falou em uníssono. ‘’Não fuja de mim’’ Ouvi minha própria voz em minha mente. Abri os olhos atordoada e vi-me em meu quarto bagunçado. ‘’Não fuja de mim’’ gritei ao meu otimismo. Ofeguei. Olhei para o meu corpo esburacado e avistei a pequena chama do otimismo. ‘’Não fuja de mim’’ A chama falou para mim. Sorri.


Nenhum comentário:

Postar um comentário