O vento em um dia de sábado me faz voar em minha
tristeza. A música alta que soa em meus ouvidos faz-me esquecer do mundo, por
consequência, fazendo-me entrar em meu mundo melodramático, no qual os
moradores são minhas próprias dores, e a única que me entende é a solidão que
me faz companha.
Um arrepio atravessa meu corpo esburacado. Gemo
pela minha desgraça. Balanço meus braços no vento e sinto o mesmo soprando em
minhas entranhas, fazendo a chama fraca de meu otimismo hesitar em continuar
viva. A solidão ao meu lado, estica a mão para meu corpo e atravessa com sua
mão em minhas entranhas, fazendo-me entreabrir a boca com uma expressão de dor
em meu rosto. A chama se apagou.
‘’Por quê?’’ Essa palavra escapou entre meus lábios
ressecados entrecortada e carregada de dor. A população de meu mundinho
medíocre riu de mim. Riram do meu fracasso. Riram da minha desgraça. De novo.
‘’Você não merece esse otimismo todo. Você mesma se rebaixa para lhe chutarem.
’’ A solidão avisou-me, ainda com a mão vazia em meu corpo, olhando em meus
olhos medrosos.
Fechei os olhos pesadamente e desejei que tudo mudasse. Pena que foi só um
desejo. ‘’Não fuja de mim’’ a solidão gritou em meus ouvidos. ‘’Não fuja de
mim’’ uma multidão falou em uníssono. ‘’Não fuja de mim’’ Ouvi minha própria
voz em minha mente. Abri os olhos atordoada e vi-me em meu quarto bagunçado.
‘’Não fuja de mim’’ gritei ao meu otimismo. Ofeguei. Olhei para o meu corpo
esburacado e avistei a pequena chama do otimismo. ‘’Não fuja de mim’’ A chama
falou para mim. Sorri.
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