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16 de jan. de 2014

Tão eu.


      Sinto que estou incomodando, como uma pedra no sapato dos outros. Não, não sou engraçada. Não, não tenho coragem. Não, não sou forte. Não, não estou bem. Mas quem se importa? Eles deixam isso bem claro para mim, que não me querem por perto. Que sou fraca para chorar. Que sou muito... Eu.
Esse é meu problema. Ser muito eu. Mas ao mesmo tempo, não ser nada do que eu quero ser. Vivo em conflito, confrontada e intimidada. Cheia de barreiras e sem nenhuma saída. Sento e aprecio minha própria jaula. Meu próprio corpo. Meu próprio eu. Assisto as pessoas me desprezarem, persuadirem-me e virem até mim por interesse. Vejo meu sorriso iludido ao pensar que aquilo pode se tornar uma amizade. Vejo minha própria desgraça.
Cansei de levantar, cansei de cair, cansei de tudo. Vou apenas sentar e apreciar a paisagem de minha própria amargura. Tão azeda que me anestesia. Tão monótona que me enjoa. Tão desprezível que minha garganta cria um nó. Tão eu.

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