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26 de nov. de 2013

Camisa de Força.


      Estou entrando em pane. Meu corpo se convulsiona em um colapso. Céus, eu estou entrando em chamas! Tento mexer meus braços, mas percebo que eles estão presos em volta de meu corpo em uma camisa de força. ‘’Eu não estou louca! Eu não estou louca! Eu não estou louca! Apenas perdida. ’’ Tento gritar, mas nada sai de minha garganta a não ser pedido de socorro. “Socorra-me!”. Finalmente falo.
Grito do fundo de meu âmago, mas ninguém está lá para me ouvir; eu os afastei de mim. Olho ao redor paranoicamente, tentando avistar alguém para desatar minhas ataduras e levar-me para casa longe desse hospício assombroso. Para levar-me para mim novamente. Libertar-me dessa camisa de força que me prende e me abraçar. Mas ninguém está ali; só eu e minhas ausências.
Tenho medo de dormir. Encolho-me no canto da sala em que estou e continuo olhando para os lados, amedrontada. Fecho os olhos fortemente e abro logo após em um solavanco. A porta está aberta, mas ninguém está entrando. O lugar está vazio assim como meu corpo, mas o clima está pesado assim como meu coração. Descanso minha cabeça na parede e admiro a porta aberta.
Finalmente adormeço e sonho com o que estaria por trás daquela porta. Quando acordo, determinada, sigo em direção a mesma e olho desconfiada para o vazio que atrás dela habita. Dou um passo para frente e sinto as mangas da minha camisa de força afroixarem-se. Corro para ver se a camisa finalmente cai e me liberta. Acabo caindo e uma mão estende-se para mim.
Eu não saiba o que havia atrás daquela porta, mas sabia o que eu queria encontrar. Tinha medo de certificar e colocar em prova minhas dúvidas. Eu nunca estive presa com uma camisa de forças, era meu coração. Eu nunca estive presa, era meu coração. E eu não queria coloca-lo em prova e correr o risco de machuca-lo novamente, e com isso, acabei machucando os que me esperavam no final; me esperavam criar coragem e correr atrás. 

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