Ficar em um mundinho só seu
deveria ser bom. O problema, é que eu me tranquei nele com medo do mundo lá
fora. Com medo de que me vissem e ficassem horrorizados. E pior, eu estou presa
sozinha, apenas com um espelho que me mostra como me deixo ser para os outros.
Só. Presa; e com medo de me libertar.
Penso demais para me deixar levar. Penso demais
para saber que o melhor a se fazer é ficar presa no meu mundinho, longe de mim
e apenas assistindo por meio de um reflexo no espelho minha vida passar; sem
ninguém notar que quem está com eles não é verdadeiramente eu.
Aqui, presa, tenho bastante tempo para pensar.
‘’Como eu vim parar aqui?’’, ‘’Onde está a chave do meu mundinho?’’. Sentada no
chão da minha prisão e em frente ao espelho, assistindo-o, e rondada pelos meus
próprios pensamentos. Fechando os olhos, eu sinto. Eu não estou só. Meus
pensamentos estão depositados aqui; presos comigo. Nesse tempo todo, eu estava
sendo manipulada por mim mesma; acreditando que quem estava vivendo minha vida
era o meu reflexo atrás do espelho. E não. Quem estava vivendo minha vida é e
sempre foi eu. Sentada, deprimida e pensativa... Só.
Meu reflexo no espelho olhou para minha face, e
abrindo os olhos, pude perceber sua expressão de agonia. Pensando bem... Não
deve ser tão legal lá fora. Ela apontava freneticamente para atrás de mim.
Eu, com medo de olhar, relutante virei para trás. Oh! A porta estava e sempre
esteve aberta. Eu só tinha que parar de pensar e abrir meus olhos.
Indecisa e confusa entre cruzar aquela porta e sair
dessa prisão para enfrentar o mundo a fora. Pensando bem... ‘’E se eles me
fizerem voltar para cá novamente?’’. Em um ato rápido, joguei uma pedra no
espelho atrás de mim que gritava em desespero e depois de sentir os cacos de
vidro bater em minha pele, olhei para minhas próprias mãos. Oh! Essa sou eu. Eu
voltei para mim! E em outro ato rápido, fechei meus olhos e corri rapidamente.
Sem pensar... Sem me martirizar por ter feito uma escolha e não outra.
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