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26 de nov. de 2013

Meu Muro.


     ‘’Oh, não! Não me ame!’’ repito como uma reza, automaticamente, em um clamor para mim mesma e para as pessoas ao meu redor... Para ele.  ‘’Oh, sim. Deixe-me lhe amar. ‘’ Peço para ele, ou ao menos, penso que peço. Nunca fui de me importar com perdas, não aparentemente. Nunca fui de me importar, não aparentemente. Sou uma pessoa feita de pedaços. Cheia de cortes por dentro. Mas nada aparentemente...
Tento segurar meus pedaços e tirar de dentro de mim, para mostrar para o mundo... Mostrar para ele, para o mesmo saber que eu me importo; saber que tenho um coração que o ama desesperadamente, saber que não sou fria e indolor como aparento, para ele saber que tenho sangue correndo em minhas veias que está em chamas, clamando por ele, clamando para ele acalmar-me e me aliviar dessa pressão que estou sentindo. Angustiada e magoada aparentando calma. Só aparentando.
As promessas, os erros, as magoas, a dor e o sofrimento estão ressurgindo para lhe dar tchau enquanto vemos você partir. Meu ultimo pedaço... O pedaço que faltava para eu me construir novamente. Desmoronei. Desesperada em ter que construir tudo de novo, o muro que construir entre eu e o mundo. Entre eu e meu eu aparente... E mesmo sem querer, entre mim e você.
‘’Oh, sim. Deixe-me lhe amar. ‘’ repito, de novo, inutilmente. Estou atrás do muro acompanhada com minhas dores e culpas, vendo você partir. Minha culpa está segurando-me, impedindo-me de derrubar minha parede de orgulho e correr atrás de você. Fecho os olhos fortemente. ‘’Oh, sim. Deixe-me lhe amar. ‘’, ‘’Oh sim, me ame!’’. Abro os olhos novamente e ele está lá. Seus olhos sorridentes me apreciando. Seu sorriso bobo me enlaçando. Meu muro. Meu muro entre eu mesma e meu eu aparente. 

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