Observando o teto e deitada em minha cama, sinto os
cacos de vidro dentro de mim movimentando-se, abrindo espaço para as lágrimas
jorrarem inicialmente em conta gotas pelo canto dos meus olhos e molharem meu
travesseiro exausto pelo peso do meu vazio. Estou morrendo e ninguém está
ligando.
Durmo exausta pelo choro e penso que
finalmente desmaiei tamanha a dor que sentia em meu peito. Infelizmente, acordei
e as lágrimas voltaram junto com as lembranças. Trajei um sorriso em meu rosto
e levantei, fazendo meus cacos de vidros se moverem, e a cada passo que dou, eles
me cortarem; no fundo da alma, nas minhas retinas, em minhas entranhas, em
minha pele. Matando-me, me sufocando, me ferindo a cada passo. Mas acima de
tudo, enganando a todos que acreditam no sorriso trajado em meus lábios
cansados de sibilar pedidos de socorro.
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