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6 de nov. de 2013

Movimento involuntário.

     Espero-lhe como um movimento involuntário. Desejo-lhe bem mesmo eu não estando assim. Mas ao mesmo tempo, lhe desejo mal. Não; não saia de perto de mim. Seu lugar é perto de mim! Eu preciso de você para ter algo á que observar. Para ter algo a que amar. Não; não quero saber seus motivos. Pois se eu souber, eu sei que irei mudar de ideia. Eu verei que você também precisa de você. Você precisa se achar para depois me dar. Mas você precisa de um tempo. E eu sinto que já perdi tempo demais. Eu sinto que estou lhe perdendo. Eu sinto que o tempo lhe roubou de mim; assim como você roubou meu coração.
Como um assalto. Um furto com seus olhos. Seu jeitinho. Seus braços. Você! Você roubou meu coração e agora está longe. Foi embora e levou-o junto. Deixou-me aqui: vendo-lhe partir e olhando para o tempo. Olhando para o vilão de tudo isso. O tempo. Mas mesmo não sentindo mais nada dentro de mim, não consigo me livrar de você; não consigo lhe deixar partir mesmo você tendo ido embora. Por que como um movimento involuntário, eu amei você.
Agora, acho que amo um fantasma. Pois você se foi, mas ficou comigo como um fantasma que vez ou outra me assusta; fazendo-me vacilar e pensar no que deveria ter feito antes, por que assim não perderíamos tanto tempo e você estaria aqui comigo. Ou ao menos eu teria algo á que lembrar sem me assustar em pensar que isso nunca vai acontecer. E agora, eu peço para o seu fantasma: ‘’Por favor, volte para mim e não ache o que estava procurando. ’’ Mas como um efeito colateral, logo depois eu penso: ‘’Mas ele foi embora para tentar se achar!’’ Então fico sem nada pedir. Observo você no fundo da minha mente e rolo na cama, colocando a culpa em quem teve paciência comigo e na minha falta de coragem de falar com você antes. O tempo. E será somente ele que poderá resolver toda essa bagunça. Todo esse amor. Por que como um  movimento involuntário, eu te espero.

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