Image Map

26 de nov. de 2013

Minha Criança.


     Brilhante, encantadora, feliz, sorridente, contagiante, risonha. Essa era eu. Perdi-me em meu novo mundo, em minha idade, no meu sofrimento e em meu medo. Estou gelada por fora, como um cubo de gelo, pois o medo me congelou, me desencantou, me abalou, me matou, matou quem eu era.
Parei de acreditar em mim mesma, enquanto vejo minha ruína e meus problemas em uma tela de cinema, o medo furtou quem eu era, prendeu-me na cadeira e deixou-me assistindo minhas catástrofes. Acredito que não tem saída e um caminho para meu verdadeiro eu. Estou presa nas cordas de minhas lembranças, me machucando, me fazendo jorrar lágrimas.
Estou tão cansada que só quero sentar e chorar na esperança de que com minhas lágrimas o cansaço se esvaia. O medo está me tirando forças para quebrar as cordas que me prendem, me fazendo fechar os olhos para o verdadeiro eu que me admira chorando, me esperando. E me fazendo abrir os olhos para a tempestade que acontece em meu peito.
No meu último fôlego, suspiro e deixo minha cabeça tombar. Estou cansada de fazer força na tentativa de romper minhas cordas. Estou morta. Enquanto só vejo escuro, sinto as cordas se afrouxarem, se soltarem, e alguém me abraçar forte, lavando meu rosto com lágrimas.
É meu verdadeiro eu, minha criança que nunca cresceu e se escondeu com medo, com medo do mundo novo, com medo de como eu tive que crescer: tão rápido, tão de repente, por pressão, imposição. Com medo do que me tornei. Com medo de mim mesma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário