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8 de fev. de 2014

Chorando em meu quarto.


A angustia da um gosto arenoso em minha boca, a amargura corroí minhas veias e para em minha jugular me causando arrepios. O gosto de sangue de meu lábio cortado pela força de meus dentes prendendo o mesmo me faz arfar. As lágrimas presas entre minhas pálpebras rapidamente molham minhas bochechas. Grito rancorosamente.
O que está acontecendo comigo? Eu estou acumulando meus pedaços no chão do meu quarto, deste modo, sempre que entro no mesmo me corto novamente. Passo meu antebraço em meus olhos e gemo novamente entre minhas lágrimas, meu corpo arfa em todos meus soluços, me fazendo gritar. Ainda bem que não há ninguém em casa. Não gosto de mostrar minha fraqueza a ninguém.
Ainda desesperada pelo choro. Abro a porta do meu quarto e seguro forte a maçaneta. Fecho novamente. Olho para o meu quarto bagunçado e arfo novamente entre os soluços. Eu estou me perdendo aos poucos em meio aos meus próprios pedaços.
Ajoelho-me no chão e vejo o meu próprio sangue pingar de meu lábio a conta gotas. Eu queria acabar logo com isso, com meus erros constantes e repreensões de outras pessoas a meu respeito, mas elas não me ouvem quando eu digo que já sei que errei. Isso só faz eu me sentir mais culpada, mais pesada. Louca para me livrar desse peso. Mas elas não me ouvem, ou sou eu que não falo?
As pessoas se acham superiores a mim e consequentemente elas me rebaixam. Tenho raiva de mim mesma por não reagir. Sinto-me sozinha em meu fim do poço que renomeei para meu quarto. Esse será um dos meus inúmeros choros que estar por vir, eu sei que ainda chorarei muito na minha vida, mas basta a mim prolongar esse tempo de ausência das lágrimas em minha face.
Deixarei as pessoas se sentirem grandes e inalcançáveis, mas aqui em meu quarto, sorriu comigo mesma em meio às lágrimas e um sopro de riso sai entre meus lábios regados a sangue. Eu passarei delas apenas com meus passos cansados, com meus braços calejados e com meu coração arranhado. Pois enquanto elas se preocupam em me rebaixar para poderem se sentir bem, eu me preocupo em secar minhas lágrimas e gargalhar. Pois, de um jeito ou de outro, eu já ganhei essa guerra, só eu que ainda não percebi. 

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