Em pleno
ônibus eu suspirei. Era incrível a capacidade que eu tinha, de que mesmo no
meio do caos que se instalava no ônibus à medida que entrava mais pessoas, eu
conseguia me sentir extremamente irritado, mas quando as pessoas se dissipam ou
quando eu chego ao meu destino, sentindo a brisa fria que se faz sentir durante
a noite, essa irritação se esvai, sobrando apenas um suspiro de alivio preso em
minha garganta.
Coloco meus
fones de ouvido e me sinto em casa, uma onda de tranquilidade se faz presente
em mim, mesmo com a música alta ecoando nos meus ouvidos e praticamente
explodindo os meus tímpanos, eu consigo me sentir tranquilo.
Tranquilidade
é como se fosse um cigarro para mim, quando a fumaça invadi meus pulmões eu
suspiro pesadamente com o repentino prazer que toma conta do meu corpo, logo
após admiro a fumaça se libertando do meu corpo e se despedindo de mim enquanto
sorriu para ela por ter finalmente conseguido sentir o prazer que eu tanto
almejava que no caso, é a tranquilidade.
Atraio-me pelo errado, pelo prazeroso e pelo
difícil, mas muitos se enganam comigo, pensando que posso ser caracterizado
apenas com esses adjetivos. Sou complexo, sou difícil, mas valho a pena ser
desvendado. Riu na cara de quem me caracteriza, me desafia, cuspo na cara de
quem se acha certo ao meu respeito estando errado. Não tenho uma característica
certa, mas esse é o certo, o meu certo, e ao mesmo tempo, o meu errado.
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