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26 de fev. de 2014

Nostalgia.


                      

    Em pleno dia de domingo eu estou aqui, em casa, mas precisamente no meu quarto, sentada no chão gélido por conta da chuva que cai lá fora e com um sentimento de nostalgia que não cabe no meu peito e escorre em forma de lágrimas.
     Meu quarto é regado a lágrimas, recheado de saudade e uma musica calma ecoa pelo meu quarto. Lembranças do dia em que ele se foi passa claramente em meio aos meus pensamentos, meu olhar se fixa em seu rosto, sereno e impactante, que marcou profundamente meu coração.
     Mas ele me deixou, se foi e me deixou só, em um lugar frio e solitário, silencioso e escuro, ou apenas minha vida ficou assim depois que ele se foi, sem graça e fria.
     Prazer, meu nome é Inês e tenho apenas 13 anos, não acho que mereço tudo isso, tento ser reerguer, mas as lembranças me puxão para o chão, minhas lágrimas caem junto com o ritmo da música, meu coração está dilatado e estou tentando conversar com minha própria solidão, mas parece que ela também me deixou.
     Sinto-me descartável e fraca, mas será que sou mesmo¿ Eu não mereço tudo isso, mas será que ele merece¿ sinceramente não sei mais de nada, apenas que estou só. Fecho os olhos e vejo nos dois, no silêncio do mesmo quarto que estou. Agora estou aqui, chorando por algo que se foi e que me descartou como uma carta de baralho, tenho que ser forte, tenho que ter amor próprio, pois se ninguém me dar amor, eu vou me dar esse direito, o direito de ser amada.
     Vou pedir ajuda a única pessoa que nunca me deixou, eu mesma. Irei me levantar e ir atrás de mim, pois eu valho a pena, eu sou digna. Ignorei minha solidão que resolveu me atormentar, vendo que resolvi me reerguer, me reergui com a força de quem já enfrentou uma guerra, dei uma ultima olhada na solidão que antes era minha única companhia e limpei minhas lágrimas, me olhei no espelho e sorri para mim mesma, eu mereço, mereço ganhar essa batalha contra a saudade e solidão.
     Resolvi mudar a trilha sonora da minha vida, afinal tudo tem um fim, até a música que me acalmava em meio ao meu desespero. Os soluços do meu choro cederam e deram início a gargalhas, minhas lágrimas cessaram e deram inicio a sorrisos, minha solidão cessou e deu início a calmaria, sim, calmaria, pois prefiro andar só do que mal acompanhada, me dei conta de que solidão é ótima amiga para os fracos, e isso eu casei de ser.
     A saudade ainda me restou, um sentimento que adormeceu, mas a saudade que levo dentro do coração tem sono leve, é só falar o seu nome que ela já se desperta, mas eu aprendi com ela. Saudade é quase a mesma coisa que a dor, é dolorosa e tocante, ela não se vai, a gente só se acostuma e aprende com ela, e fica forte, para quando ela voltar a gente saber como lhe dar.

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