A queda sempre tem um fim,
um chão, uma dor final, mas sinceramente acho que quero sentir essa dor, pois
qualquer dor é melhor que a dor que estou sentindo e que sempre viverei com
essa dor, com esse baque. A queda pode ajudar a essa dor se desvencilhar de
mim, me deixando livre novamente, mas pronta para a queda, à dor despediu-se de
mim e assistiu minha queda de camarote, mas ela foi merecedora desse lugar, por
me aguentar tantos e tantos anos. Para no final, me ver quebrar.
Para o azar da minha
antiga companheira, eu cai e me levantei, mas continuei quebrada, apenas
andando e saboreando o sabor da minha queda, a queda que me libertou, a queda
que me quebrou, mas que aguentou os pedaços do meu coração e a textura do meu
corpo calejado de desprezo.
Só resta dizer obrigada a
quem me empurrou nessa queda
livre que é chamada de vida, pois consequentemente ela me
colocou na dor e me deu um banho de água fria, força, isso que eu precisava, de
força para me levantar e andar com meus pedaços na mão, inteligência para
resolver me levantar e tentar decifrar o quebra cabeça que chamo de coração.
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