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18 de fev. de 2014

Queda Livre.


               Não sei se quero ser socorrida, pois tenho medo de quem irá me socorrer, grito aos sete ventos pedindo por socorro, mas tantas pessoas já tentaram me socorrer e eu esquivei-me. Deixe-me cair, me deixe aproveitar a queda, pois é a coisa mais errada e mais certa em toda a minha vida.
     A queda sempre tem um fim, um chão, uma dor final, mas sinceramente acho que quero sentir essa dor, pois qualquer dor é melhor que a dor que estou sentindo e que sempre viverei com essa dor, com esse baque. A queda pode ajudar a essa dor se desvencilhar de mim, me deixando livre novamente, mas pronta para a queda, à dor despediu-se de mim e assistiu minha queda de camarote, mas ela foi merecedora desse lugar, por me aguentar tantos e tantos anos. Para no final, me ver quebrar.
     Para o azar da minha antiga companheira, eu cai e me levantei, mas continuei quebrada, apenas andando e saboreando o sabor da minha queda, a queda que me libertou, a queda que me quebrou, mas que aguentou os pedaços do meu coração e a textura do meu corpo calejado de desprezo.
     Só resta dizer obrigada a quem me empurrou nessa queda livre que é chamada de vida, pois consequentemente ela me colocou na dor e me deu um banho de água fria, força, isso que eu precisava, de força para me levantar e andar com meus pedaços na mão, inteligência para resolver me levantar e tentar decifrar o quebra cabeça que chamo de coração.

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