Sempre fui vista como a menininha. A bebê crescida, mais ainda bebê.
Aquela que pode crescer o tanto que crescer, mas vai continuar bebê. Os outros
me olham com outros olhos, olham com olhos de críticos hipócritas e que só dão
valor a casca. Isso que eu sou, uma casca. E eu estou perdendo-me dentro dela.
O pior de tudo, é que eu não sei nem por onde começar a me resgatar.
Sinto que me perdi em meu medo, e minha solidão empurra-me para baixo quando eu tento sair do fundo do poço que renomeei para meu quarto. Medo
da sociedade, medo do mundo, medo de mim, medo do que o mundo me transformou e
suas dores me calejaram.
Afasto quem está perto de mim, por que mesmo eles me vendo como esse
bebê, inofensiva, eu sei o mal que eu posso causar, o mal que eu estou me
causando com esse medo de me assola. Tento pular para ver a superfície do
buraco que me enterrei.
Ajoelho-me, fecho os olhos fortemente e grito por socorro do fundo
da minha garganta. Quando eu abro os olhos, vejo que estou no meu quarto, no
escuro. E percebo que eu estava tampando meus próprios olhos, como uma
verdadeira bebê no escuro com medo do mesmo. Apoio minhas mãos no chão duro,
levanto-me buscando forças do meu âmago e ergo a cabeça ao me levantar provando
que estavam enganados sobre mim. Que eu não preciso de ajuda para me levar como
uma bebê, e, que mesmo com o julgamento ao meu redor, eu continuo em pé, mesmo
com solidão e o medo me medindo ao andar.
Juro por tudo que é mais sagrado que me emociono ao ler esse texto! Sei lá, cara! Tu consegue totalmente feat fielmente reproduzir os nossos sentimentos em meros textos! :3
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