Fim a essa confusão.

 Encolhida em meu casaco, apresso o passo e me misturo em meio à multidão, mas não adianta, eu estou ridiculamente sozinha. Confusa com o sentimento de ausência em meu coração furado, eu entro em casa, sentando-me no sofá e deixando minha cabeça pender para trás, suspirando.

Estou cansada de ter medo, de ser sozinha, da minha confusão e das minhas lutas internas com o mundo afora, mas ninguém sabe disso, eu não consigo afetar eles como eles conseguem afetar a mim, mas eles não conseguem ver que já me mataram, deve ser por que o sangue escorre por dentro, sendo lavado por minhas lágrimas logo depois.

Olho em volta e me vejo deitada na escuridão com minha mascara na mão, me deixo ser derrubada novamente, matando a tristeza que me mata, deixando-a se ausentar temporariamente de meu corpo calejado e deixando minhas lágrimas reclamarem por elas não terem plateia, apenas minha solidão que está em com os braços cruzados a minha frente olhando-me deitada no chão apenas de calcinha e regata encarando minha própria casca como se eu estivesse em frente a um espelho, mas meu reflexo está sorrindo e eu estou chorando, admirando minha própria força por não ter dado um fim a essa confusão que eu chamo de vida.

Fecho as pálpebras fortemente e deixo o restante de minhas lágrimas caírem, me levanto novamente para encher meu copo de lágrimas, ou seja, enfrentar o mundo desinformado á fora que não sabe o que eu faço todas as noites, chorando em frente a um espelho, ridiculamente sozinha.

A armadura que eu tanto uso, não deixa eu me socializar, ou talvez seja a solidão que não quer ficar sozinha novamente, coitada, mal sabe o que a espera, mal sabe que ela terá que atormentar outra pessoa e cumprir a sua missão, fazer companhia a outra pessoa que precise dela tanto quanto eu já precisei, por que de um jeito ou de outro, todo o mal tem um bem, o da solidão é esse, ser feliz com o fracasso de alguém, mas como a felicidade é passageira, a solidão logo chora provando seu próprio veneno como eu já provei, deixa um gosto amargo na boca, mas depois de um tempo passa e basta a você não beber novamente e aprender a sorrir com sua força que você teve de não ter dado o fim a essa confusão que eu chamo de vida.