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17 de fev. de 2014

Intimidar.



Deitada em minha cama, pensei. Meu coração pode ser facilmente comparado com um cadeado, essa foi minha maneira de me proteger. Odeio ser fraca, odeio ter tido que me proteger com cadeados e guardar as chaves dos mesmos no fundo do meu corpo para me proteger de minhas próprias ilusões, de minhas próprias dores.
Rolei na cama e afundei meu rosto no travesseiro, mordi o mesmo, contendo um grito de desespero. Estou me sufocando, me prendendo com meus próprios cadeados, me protegendo do mundo. Poucas pessoas tem a paciência de me desvendar, de conquistar as chaves dos meus próprios cadeados. Preciso urgentemente de uma pessoa que me liberte de mim mesma, da minha própria prisão.
Sento na cama cansada de tentativas falhas de romper meus cadeados. Prometo para mim mesma que eu irei libertar-me e mostrar para todosque me fizeram prender-me que eu posso e que eu vou seguir em frente, que eu fui forte o bastante para romper meus cadeados e enfrentar o mundo afora, o mundo que eu tanto almejei quando pequena e o mundo que irá me admirar quando mulher.
Bato um papo pré-sono com minha força e com minhas ilusões. Minhas ilusões dizem para eu escutar meu cérebro medroso e defensor do meu coração de vidro. Minha força fala para eu escutar meu coração de vidro e confiar mais nele, confiar mais em mim, por que, mesmo eu o quebrando, mesmo eu me quebrando, eu aguentarei os cacos de vidros em minhas mãos, eu aguentarei outra ilusão, outra decepção, por que assim é o mundo, ou você intimida o mundo, ou ele intimida você.
Eu cansei de ser intimidada, de parecer criança, agora eu vou intimidar com a mulher que me tornei e com minha força, a força de uma mulher que já foi quebrada, a força de uma mulher sofrida, de que já aguentou muito nessa vida, de uma mulher que já aguentou muito por ai, de uma mulher que já aguentou muito de si mesma.

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